Com o objetivo de contribuir para o setor agrícola, o Instituto de Pesquisas da Amazônia Peruana (IIAP), com o apoio do Fondecyt, unidade executora do Conselho Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação Tecnológica (Concytec), realiza pesquisas que visam promover o sucesso de modelos agroambientais para o desenvolvimento sustentável da cafeicultura na região de San Martín, no Peru.
A região de San Martín ocupa o quarto lugar na produção de café, com 540 mil toneladas, representando 13,7% da produção nacional. De acordo com as projeções climáticas, nesta parte do país, as mudanças no clima terão um impacto muito severo, o que representa uma ameaça à produção cafeeira devido às exigências eco fisiológicas que a cultura exige.
Por isso, esta iniciativa visa criar estratégias de adaptação aos efeitos negativos das mudanças climáticas, estudar as variedades de café existentes na região, promover a renovação e modernização das fazendas produtoras. Da mesma forma, busca estudar os efeitos dos fungos em clones de café tolerantes à ferrugem, em condições de campo, a fim de potencializar a capacidade produtiva dos cafeicultores por meio da capacitação e transferência de tecnologias inovadoras na província de Moyobamba.
“Essa iniciativa apresenta um modelo agroambiental que busca o desenvolvimento de uma das atividades mais importantes da nossa região, a cafeicultura, que gera empregos, proporciona melhor qualidade de vida às famílias, entre outros benefícios. Por isso, é importante buscar soluções que permitam potencializar e promover seu crescimento”, explicou Luis Alberto Arévalo López, pesquisador principal do projeto.
Da mesma forma, ele aponta que a temperatura e a variação da precipitação têm sido aumentadas por conta das atividades humanas, como a mudança no uso do solo (desmatamento) e a agricultura migratória, que intensificaram o processo natural de aquecimento global, refletindo no aumento de pragas e doenças. Por isso, busca oferecer soluções oportunas para evitar perdas na lavoura.
“Atualmente, para mitigar as mudanças climáticas, o projeto determinou o rejuvenescimento de antigas plantações de café associadas a árvores de sombra do tipo goiaba ou outras espécies florestais madeireiras com poda de renovação de 30 a 40 centímetros de altura, o que permite ter novas plantas para melhorar e aumentar a produtividade do café”, enfatizou.
O pesquisador disse que também considerou que as plantações de café se situam entre 1.000 e 1.100 metros acima do nível do mar, para garantir o seu bom desenvolvimento vegetativo e produtivo.
Posteriormente, protocolos de propagação clonal do café foram otimizados para minimizar o uso de agrotóxicos e os riscos de contaminação de fontes de água doce, solos e cafeicultores, no controle da ferrugem amarela, nematóides e outras pragas, aos quais são inoculados microrganismos que funcionam como bioprotetores e biofertilizantes, melhorando o vigor e a produtividade dos clones de café e variedades típicas.
Hoje eles trabalham de forma coordenada com a Mesa Técnica Regional, com produtores associados e não associados e as tecnologias estão sendo validadas. Nos próximos meses, eles irão transferir a tecnologia para 80 cafeicultores. Para a execução desta iniciativa, o IIAP recebeu financiamento da Concytec, em convênio com o Banco Mundial, por meio de sua unidade executora Fondecyt.
As informações são da Andina – Agência Peruana de Notícias.