Na última semana aconteceu a 6ª Conferência Internacional sobre Insetos Entomófagos, em Perugia, Itália. A pesquisadora da EPAMIG Sudeste, Madelaine Venzon, esteve presente e debateu sobre o uso de agentes de controle biológico em diversas culturas do mundo. Ela apresentou resultados de pesquisa acerca de um novo predador da broca-do-café, uma das principais pragas de cafeeiros que afeta a qualidade e o rendimento dos grãos de 20 milhões de produtores em 80 países.
Durante a apresentação, a pesquisadora abordou o tripes predador Trybomia sp., inseto encontrado em plantas de Ingá pertencentes a sistemas agroflorestais da Zona da Mata mineira. Quando associado a cafeeiros, esses insetos são capazes de predar a broca-do-café e, por esse motivo, são estudados no âmbito do Programa Estadual de Pesquisa (PEP) de agroecologia da EPAMIG.
Madelaine destacou que as larvas da broca-do-café consomem as sementes dentro dos grãos. Por se tratar de uma praga que se confunde com o ambiente em que vive, seu controle é ainda mais difícil. Nesse sentido, Madelaine enfatizou a necessidade de desenvolver estratégias inovadoras para integrar as medidas já existentes e que ainda não são eficientes para o controle da broca-do-café.
Em seguida, pontuou que o predador Trybomia sp. é o primeiro relato do gênero no continente americano. A pesquisadora apresentou resultados de uma série de experimentos e propostas de técnicas para o aumento da incidência do predador em campo. Ela também afirmou que o próximo passo será identificar a qual espécie pertence o Trybomia sp., estudo já em andamento e em estado avançado.
“A Conferência estava repleta de trabalhos oriundos de países europeus. Por se tratar de um trabalho brasileiro, desenvolvido em uma região tropical, despertei muita atenção das pessoas que estavam na sala, o que foi muito gratificante”, avalia a pesquisadora.
A apresentação na Itália resultou em reuniões e possibilidades de parcerias com instituições dos Estados Unidos. Madelaine conversou com pesquisadores da Universidade de Minnesota e do Havaí com foco na elaboração de propostas conjuntas entre os dois países. De acordo com ela, as parcerias serão úteis para fazer análises moleculares a fim de entender como se alimenta o Trybomia sp. “Embora se trate de um país que não produz café, os Estados Unidos possuem as técnicas que precisamos para aprofundar nossos interesses de pesquisa”, finalizou Madelaine.
A pesquisa é financiada pela Fapemig e por projeto vinculado ao CNPq. A EPAMIG é uma empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).
As informações são da Ascom EPAMIG.