A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) está desenvolvendo uma pesquisa, junto ao seu Banco Ativo de Germoplasma, sobre as amostras de sementes catalogadas no órgão. A ideia é testar as mais de 300 amostras para buscar características diferenciadas e específicas para sabor e aroma, difíceis de encontrar no café de qualidade. As avaliações física e sensorial seguiram os protocolos brasileiro e americano da Specialty Coffee Association (SCA).
O levantamento prévio da pesquisa mostrou que 60% dos cafés testados foram considerados especiais, ou seja, acima dos 80 pontos. As amostras foram submetidas a cadastro e codificação, armazenamento em local adequado, preparação em peneiras 16 acima para retirar os defeitos intrínsecos e extrínsecos, torra e desenvolvimento de uma curva para extração do potencial qualitativo de cada uma, descanso de 8 horas após a torra, moagem e preparação, avaliação sensorial por árbitros devidamente licenciados pelo Coffee Quality Institute (CQI) e pelaSCA.
Os pesquisadores devem apresentar um relatório final em fevereiro. A previsão é disponibilizar as amostras para os produtores em 2019. "Se a planta já tem a genética para transferir a característica diferenciada de sabor, facilita todo o processo, inclusive pós-colheita. Ter o Banco de Germoplasma, com tantos acessos disponíveis, numa região de solo, altitude e clima propícios para a produção de cafés especiais é uma grande vantagem para os cafeicultores”, avaliou o consultor em negócios de café e responsável técnico pelas provas, Ronaldo Antônio Dantas da Silva.