Com o objetivo de avaliar os custos na cafeicultura em diferentes regiões, o engenheiro agrônomo Paulo Henrique Oliveira Sá Fortes desenvolveu o estudo “Custos de produção de café com relação ao tipo de produção: manual, semimecanizada e mecanizado”.
Utilizando dados de 2017 obtidos junto ao Projeto Campo Futuro, realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a análise ocorreu a partir do levantamento dos custos da produção do café arábica em dez municípios.
As cidades foram divididas por métodos de produção: sobre colheita manual, foram analisadas Brejetuba (ES), Caconde (SP) e Santa Rita do Sapucaí (MG); colheita semimecanizada, Apucarana (PR), Guaxupé (MG) e Manhumirim (MG); já a colheita mecanizada, Capelinha (MG), Franca (SP), Luiz Eduardo Magalhães (BA) e Monte Carmelo (MG).
Através do estudo de coeficientes técnicos, como pacotes tecnológicos (maquinários, produtos, insumos e benfeitorias) e vetores de preço (receitas e despesas), a pesquisa mostrou a importância da mecanização que, se viável, pode aumentar a qualidade do produto e dos tratos culturais.
Sobre as colheitas semimecanizada e manual, Paulo Henrique disse que “o que encarece os custos nas produções semimecanizadas e manual são as etapas de colheita e pós-colheita”. Segundo ele, o encarecimento ocorre devido à contratação de mão de obra externa. “Já na mecanizada, há a inversão pela própria utilização de colhedoras que apresentam alto rendimento e eficiência, além da diminuição das passadas na lavoura”, completou.
Outro fator importante analisado foi a gestão financeira do negócio café como ferramenta de acompanhamento constante da aplicação dos recursos financeiros e de mão de obra, bem como da análise e da adoção de estratégias para a tomada de decisões.
Todas as regiões estudadas conseguiram cobrir o Custo Operacional Efetivo da produção, porém, nem todas conseguiram cobrir o Custo Operacional Total. “Assim como é necessário buscar continuamente o aumento da eficiência, produtividade e qualidade, também deve-se considerar a mecanização e o monitoramento de custos como ferramentas alternativas para se manter competitivo e eficiente”, concluiu Paulo Henrique.
A pesquisa, que foi objeto de monografia da Universidade Federal de Lavras (Ufla) sob orientação do professor Luiz Gonzaga da Castro Junior, foi apresentada em janeiro deste ano.