O aumento nas exportações de café do Peru, que fez com que o país ultrapassasse Etiópia e Guatemala no ranking dos maiores exportadores, parece sinalizar o sucesso do país em combater a ferrugem do café – contrastando com os problemas continuados no México.

A Organização Internacional de Café (OIC), destacando que 2015/2016 trouxe um segundo ano consecutivo de declínio nas exportações mundiais de café, dessa vez em 0,7%, para 111,8 milhões de sacas – destacou que o Peru ficou contra essa tendência.

O país viu suas exportações aumentarem em 43%, para 3,52 milhões de sacas no ano comercial, que terminou em setembro, subindo para o quarto lugar dentre os países exportadores de café arábica, atrás apenas de Brasil, Colômbia e Honduras.

“O aumento significativo” nos envios sugere que a produção peruana está “começando a se recuperar do surto de ferrugem do café que afetou as duas últimas colheitas”.

Cerca de 40% da área de café do Peru, que se orgulha por ser um produtor particularmente grande de grãos orgânicos, foi infectada pela ferrugem.

O aumento nas exportações também veio contra uma queda no aumento da demanda doméstica por café, com os peruanos dobrando seu consumo per capita nos últimos cinco anos, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), apesar de, em 600 gramas, o dado ainda permanecer relativamente baixo.

Os colombianos consomem cerca de 2 quilos de café por ano e os brasileiros, mais de 4 quilos, de acordo com o USDA.

Em contraste, uma queda de 10%, para 2,21 milhões de sacas nas exportações do México, indicam que lá “a ferrugem continua sendo um problema”, disse a OIC. O México viu sua produção de café cair em mais de um terço, para 2,8 milhões de sacas na safra passada, segundo dados da OIC.

Esses dados mostram que o Peru, que em 2014/2015 enviou uma quantidade quase idêntica de café que o México, de pouco menos de 2,5 milhões de sacas, exportou 60% mais na safra passada.

O Peru agora está em sétimo lugar entre os exportadores de café no geral, incluindo os exportadores de robusta, ultrapassando Etiópia, Guatemala e Uganda, enquanto o México está em décimo lugar.

A OIC destacou que a queda nos envios mundiais de café em 2015/2016 foi liderada por uma queda de 6,9%, para 40,8 milhões de sacas nos volumes de robusta, que mais do que compensaram um aumento nas exportações de café arábica.

Dentro do segmento de arábica, a categorias de “outros suaves” mostrou-se particularmente popular, vendo um crescimento de 5,5%, refletindo um aumento nos volumes peruanos.

As exportações de grãos brasileiros naturais aumentaram em 2,6%, com as vendas de suaves colombianos aumentando em 1,1%, caindo no final da safra devido a uma greve de caminhoneiros no país.

As informações são do Agrimoney / Tradução por Juliana Santin