Uma pesquisa realizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) destaca que pequenos e médios produtores rurais apontam certa dificuldade para ter acesso ao crédito rural. Nos últimos anos, o setor agropecuário obteve diversas conquistas ao defender uma agenda organizada para o aumento da oferta de crédito e ampliação da competição nessa oferta. No entanto, nem todos os instrumentos criados alcançam diretamente os pequenos e médios produtores.
A pesquisa contou com a participação de mais de 4 mil produtores rurais, presentes em 14 estados e 727 municípios. Aproximadamente, 70% dos entrevistados declararam renda bruta anual de até R$ 100 mil; 20,4% de R$ 100 mil até R$ 300 mil; e 10% acima de R$ 300 mil. Do total consultado, mais de 38% nunca contratou crédito rural e apenas 26,6% contrataram crédito rural em 2020. Quanto menor a faixa de renda, menos produtores tiveram acesso ao crédito rural.
Os entrevistados informaram que a principal fonte de financiamento são as instituições financeiras: 83,8% dos respondentes que acessaram crédito rural declararam que tomaram recursos com os bancos e 34,3% com as cooperativas de crédito.
Segundo o levantamento, 46,2% dos respondentes declararam que pretendem acessar o crédito rural em 2021, principalmente para investimentos na propriedade. A intenção de acesso ao crédito é maior para faixas de renda bruta anual mais elevadas. No entanto, 67,1% dos produtores que possuem a renda bruta anual de até R$ 100 mil, declararam ter mais necessidade de crédito para investimentos na safra 2021/2022.
Os dados destacam que as principais dificuldades no acesso ao crédito rural são: excesso de burocracia, garantias exigidas, demora na liberação do crédito e falta de informação. Nesse sentido, os participantes apontaram como necessário para facilitar o acesso ao crédito a simplificação do processo, mais divulgação, orientação e clareza nas informações, a necessidade de regularização fundiária e de alterações nas garantias exigidas, uma vez que o pequeno produtor não pode oferecer a sua propriedade em garantia e depende de avalistas.
O empresário Romário Alves fundou a Sonhagro, uma franquia especializada na consultoria de crédito rural para auxiliar na dúvida dos produtores. A empresa presta suporte, agiliza a documentação necessária e elabora projetos técnicos de viabilidade econômica obrigatória junto com as instituições que trabalham com os repasses financeiros do governo, com o intuito de facilitar para que o cliente receba o seu dinheiro em poucos dias.