Em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), a Aperam South America, produtora de aço inox, elétrico e ao carbono, desenvolveu protótipos de utensílios com o material, que integram o beneficiamento do café. O estudo foi realizado com apoio de entidades como a Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa), a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e o Instituto do Inox de Timóteo (MG).
O material, segundo a empresa, é de sete a 10 vezes mais resistente que os materiais comuns, o que pode gerar uma economia para os cafeicultores. “O contato com materiais corrosivos e com o fogo acaba gerando um grande desgaste dos materiais, demandando a substituição das peças e um alto investimento. Com o inox, esperamos gerar ganhos especialmente para os pequenos produtores, que representam cerca de 80% dos cafeicultores e que muitas vezes não possuem acesso às novas tecnologias”, disse Juarez de Sousa Silva, professor titular da UFV.
Após discussões com especialistas e visitas às fazendas, Adolfo Viana, pesquisador da Aperam, concluiu que alguns dos problemas mais recorrentes nas lavouras são a corrosão e o desgaste. A partir disso, a empresa e a UFV fizeram um levantamento com as possiblidades do uso do aço inox na agricultura e, desta forma, três utensílios utilizados na produção do café ganharam suas versões com o material: um lavador, uma fornalha para aquecimento do ar de secagem do grão e uma fornalha de pré-limpeza.
“Os equipamentos foram construídos pelo Instituto de Inox, em Timóteo. No futuro, a instituição e os parceiros poderão, por meio de convênio, capacitar outras empresas para que fabriquem estes equipamentos e os insiram em seus portfólios”, comentou Viana.
Segundo Silva, estudos iniciais permitem concluir que os novos materiais possuem vida útil de 20 anos, contra duas ou três safras dos materiais tradicionais. A exposição dos equipamentos será o próximo passo, assim como testes em campo, que devem acontecer ao longo deste ano.