Por Cristiana Couto
A Plataforma Global do Café (GCP) no Brasil e o Fundo Global para Erradicar a Escravidão Moderna (GFEMS) acabam de firmar parceria para fortalecer a promoção do trabalho digno na cadeia produtiva cafeeira. A cooperação da GCP dá suporte à difusão da iniciativa Nossa Voz, ferramenta lançada pela GFEMS – organização norte-americana criada em 2016 – e que dá aos trabalhadores da cafeicultura a chance de fazer reclamações ou tirar dúvidas.
Trabalhadores da Fazenda Caiana, em Machado (MG)
A Nossa Voz é uma ferramenta pioneira. “Em 2023, lançamos o piloto na cafeicultura brasileira”, explica Fernanda Carvalho, Diretora do GFEMS no Brasil, que está levando o instrumento para outros setores ainda não divulgados. O instrumento, que funciona por whatsapp ou ligação telefônica humanizada, também é o único no mundo a auxiliar o exercício da Devida Diligência em Direitos Humanos (DDDH), da Organização das Nações Unidas, a partir do contato direto com os trabalhadores do setor. “É um mecanismo de reclamação que atende às regulamentações internacionais”, detalha ela, que ressalta ainda seu caráter preventivo e de diálogo social. “O poder transformador do Nossa Voz sobre as condições de trabalho nas cadeias produtivas globais intensifica os processos de diálogo entre trabalhadores e produtores”.
As reclamações são resolvidas por meio do diálogo com produtores e empresas intermediado pela CONTAR – Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Trabalhadores Rurais, entidade que faz o atendimento e presta assistência técnica –, assegurando aos produtores a identificação, mitigação e remediação dos riscos sociais. Já aderiram ao Nossa Voz empresas e cooperativas como EISA, Sucafina, COFCO, Agrogenius e Rainforest Alliance.
Para participar, os produtores e trabalhadores recebem treinamento, o que os aproxima do trabalho preventivo feito pelo Instituto Trabalho Decente (ITD) entre trabalhadores vulneráveis em municípios de Minas Gerais e Bahia. A iniciativa tem o apoio do Pacto Global das Nações Unidas no Brasil e da Organização Internacional do Trabalho.
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