A produção cafeeira no Paraná tem registrado queda ao longo dos últimos dez anos, tanto em volume quanto em área de cultivo. De acordo com informações do Canal Rural, a área total destinada à cafeicultura diminuiu em 59% na última década, de 66,7 mil hectares em 2012, para 27,8 mil hectares em 2022.
Já referente à produção, o estado apresentou declínio de 62,5% no mesmo período, caindo de 90,6 mil toneladas, para as estimadas 33,9 mil toneladas no ciclo 2022/2023, volume que ainda está sendo colhido nas lavouras. A previsão representa queda de 35% na comparação com a temporada anterior, 2021/2022, quando foram colhidas 51 mil toneladas.
De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), os principais motivos da redução são as seguidas secas dos últimos anos, que afetaram o vigor da planta; a competitividade com a soja; e as recentes intempéries climáticas de inverno, que devem provocar uma redução de 30 a 40% na produção.
“Tivemos produtores que optaram por erradicar algumas áreas que foram muito afetadas, mas a própria geada causou uma poda natural, tirando o potencial de produção para este ano”, comentou Paulo Franzini, economista do Deral.
“A soja, nos últimos anos, vem sendo muito atrativa em termos de preço e utilização de pouca mão de obra. Então, muitos produtores que cultivam café e soja optaram por reduzir a área de café. Nos últimos anos, os preços ficaram muito estabilizados, abaixo de R$ 400 a saca, e o custo de produção veio aumentando. Muitos produtores já estavam pensando em talvez erradicar alguma área com baixa produtividade porque não estava dando renda, lucro”, completou.
Nesta safra, o Paraná já colheu 84% da área produtiva, estimada em 27 mil hectares. Do total, 69% das lavouras apresentam boa qualidade, 27% em condições médias e 4% foram avaliadas como ruins.
As informações são do Canal Rural.