Na última segunda-feira (15), em São Paulo, aconteceu um evento organizado pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), onde foram apresentadas as empresas que arremataram em leilão os cafés do 15° Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café.
Além das marcas, o café mais bem pontuado também foi premiado. Os grãos catuaí do produtor Joel Marques de Oliveira, da Fazenda Brejos do Aguiar, de Ibicoara (BA), alcançaram uma nota de 8,63, de acordo com a metodologia utilizada pela ABIC.
O leilão, que aconteceu entre os dias 15 e 25 de fevereiro, contou com 33 sacas negociadas, arrecadando um total de R$ 39.419,00 em lances oferecidos por torrefadores, cafeterias e apreciadores do grão. O valor mínimo dado foi 70% maior que o cotado na BMF/Bovespa do dia 14 de fevereiro.
“O positivo dessa ação é esse esforço de valorizar os cafés de qualidade. Os prêmios do concurso são excepcionais porque é um concurso, mas isso tudo ajuda a elevar o interesse pela categoria, pela qualidade e a criar canais novos de distribuição”, afirmou Nathan Herzskowicz, diretor executivo da ABIC.
“Este tipo de concurso valoriza o produtor e o nosso produto”, comentou Joel. Atualmente, os cafeicultores têm se queixado dos baixos preços oferecidos no mercado, que regrediram para os piores níveis em 13 anos. Segundo ele, a saca precisa ser vendida por R$ 600 em diante para que o produtor não saia no prejuízo e consiga pagar os custos de produção.
Sobre o assunto, Nathan disse que o mercado de produtos agrícolas, principalmente o de commodities, é um mercado que flutua. “Eu acho que o que está acontecendo agora é especulação externa. Não acho que exista excedente de café em quantidade grande suficiente para derrubar o mercado. Se você pegar os números de produção e consumo da OIC, a diferença é muito pequena para gerar um caos mundial”.
Para ele, o espírito do evento é justamente unir as pontas do setor, pagando melhor ao produtor e entregando mais qualidade ao comprador. “Ao invés de ser um evento voltado para premiar o produtor que fez o melhor café, ele vai até o fim da cadeia, até o varejo, que está buscando por mais qualidade”.