Às 6h38 do último sábado (20), iniciou oficialmente o outono no Brasil. Nos próximos dias, todas as regiões do Brasil passarão pela fase de transição, que tem como característica uma redução nos volumes de chuva em todas as regiões. De acordo com as informações de Ana Clara Marques, meteorologista da Climatempo, durante o mês de abril, os sistemas responsáveis pela formação de chuvas nesta época do ano, as frentes frias, devem se tornar menos frequentes.
Confira as previsões para as regiões brasileiras:
Sul
A tendência, de acordo com a consultoria, é de chuva abaixo na média histórica na região Sul do Brasil. "Com menos precipitação, a tendência é de mais dias seguidos de tempo seco e mais calor que o normal para a época do ano. Apesar disso, as primeiras ondas de frio devem começar já no fim do mês", afirma previsão.
A partir do mês de maio, a redução nos sistemas de chuva deve ser ainda mais expressiva, novamente com previsão de volumes abaixo da média histórica. Também a partir de maio, a queda na temperatura passa a ser mais significativa, como é comum da estação.
Com a aproximação do inverno no mês de junho, os modelos meteorológicos mostram a chance de chuvas acima do normal para a faixa leste da região Sul. "Além disso, as massas de ar frio também deverão ser mais fortes e deixarão as temperaturas mais baixas, especialmente no Rio Grande do Sul", afirma.
Sudeste
Para o Sudeste do Brasil também é esperado uma redução nos volumes de chuva a partir de abril. Segundo a consultoria, ainda são previstas chuvas, podendo ser registrados acumulados acima da média história no centro-norte de Minas Gerais e Espírito Santo. Nas demais áreas do Sudeste, a tendência é de chuva menos frequente e volumes abaixo da média histórica, enquanto as temperaturas ficam elevadas para o período.
Para junho, são esperados poucos episódios de chuva. "Os volumes acumulados devem ficar próximos à média ou até abaixo do normal para o período, especialmente no interior Paulista", afirma a Climatempo.
Centro-Oeste
As previsões para o Centro-Oeste indicam chuvas bem distribuídas na primeira quinzena de abril no Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal. Os volumes podem ficar ligeiramente acima da média. Já em Mato Grosso do Sul, a chuva deve ser menos frequente, com volumes abaixo da média histórica.
A partir de maio, as condições devem começar apresentar o fim da estação chuvosa no Mato Grosso do Sul, que deve ter chuvas abaixo da média, além de calor intenso. "Nas demais áreas da região, tanto a temperatura quanto a chuva devem ficar próximos à média histórica", complementa.
A partir de junho, os fluxos de umidade do interior do País vão provocar vários temporais no oeste de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, com expectativa de volumes acima da média histórica.
Nordeste
No mês de abril, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) estará mais afastada da costa norte do Nordeste. Com isso, a previsão é de pouca chuva em grande parte da região.
Já em maio, os Distúrbios Ondulatórios de Leste (DOL), responsáveis por grande parte da chuva no litoral norte e leste do Nordeste, estarão menos ativos do que o esperado para a época do ano. Sendo assim, os acumulados devem continuar abaixo da média histórica, enquanto as temperaturas continuam elevadas.
Em junho, as ondas de leste continuam enfraquecidas. Por isso, a chuva continua escassa em grande parte do litoral da região, com volumes abaixo da média histórica.
Norte
No mês de abril, o posicionamento da ZCIT irá favorecer a formação de mais chuva entre o norte do Amazonas e Pará, em Rondônia e no Amapá. Nas demais áreas da região, as chuvas devem ser mal distribuídas, com volumes abaixo da média histórica.
Maio continuará chuvoso no norte do Amazonas, em Roraima, no noroeste do Pará e no Amapá, com acumulados expressivos de chuva ao longo do mês. Os outros estados da região terão chuvas próximas à média histórica. Em junho, toda faixa norte da região continuará com volumes de chuva acima da média histórica e temperaturas mais amenas. As demais áreas têm previsão de chuva próxima à média.
Antecipação do frio
A antecipação do frio, condição característica do La Niña, chama atenção dos meteorologistas para o milho safrinha, que pode sofrer os maiores impactos com o ciclo alongado da cultura.
De acordo com informações do agrometeorologista Luiz Renato Lazinski, já foram observadas temperaturas mais baixas do que o esperado para o período em fevereiro no Paraná.
"O frio vem antes e vai embora mais tarde em todo o centro-sul do Brasil. As condições atmosféricas estão muito favoráveis para o avanço de massa de ar polar mais cedo e mais intensa", complementa. Ele destaca, ainda, que o maior risco é previsto para o oeste do Paraná, Mato Grosso do Sul e sul de São Paulo.
As informações são do Climatempo.