No começo de novembro, o Conselho Internacional do Café avaliou o plano de ação da Organização Internacional do Café (OIC) para a implementação da Resolução 465, que trata da sustentabilidade econômica da cafeicultura frente à crise de preços baixos.
A Resolução tem como base quatro eixos de trabalho:
(i) Sensibilização e comunicação, com foco nos consumidores, envolvendo todos os participantes do setor cafeeiro para informar a realidade econômica na cafeicultura mundial decorrente da volatilidade dos preços;
(ii) Mobilização de diferentes participantes da cadeia global do café (empresas, associações e organismos internacionais) para o desenvolvimento de soluções que reduzam o impacto social e econômico dos baixos preços;
(iii) Desenvolvimento de pesquisas e estudos, em parcerias com universidades e outras organizações afins, nos temas de volatilidade dos preços do café, custos de produção regionais e gestão de risco em nível de propriedade rural, assim como para desenvolver o crescimento do consumo como ferramenta de agregação de valor nos países produtores de café; e
(iv) Fortalecimento da promoção do consumo do café como ponto central de todos os documentos e ações da OIC.
Para Silas Brasileiro, Presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), a OIC busca por parcerias e fontes adicionais de recursos para viabilizar a maior parte dessas ações, pois seu orçamento atual não comporta sozinho a implantação integral da Resolução.
Procurando soluções para a questão orçamentária, na semana passada, o Conselho Internacional do Café aprovou a Resolução 466, que estabelece diretrizes para resolver o problema dos Membros cujas contribuições à Organização se encontram em atraso persistente.
“Consideramos muito positivo o plano apresentado pela OIC para a implementação da Resolução 465, da qual o CNC participou ativamente da construção. É fundamental o foco no aumento do consumo de café nos países produtores como estratégia para viabilizar o equilíbrio entre a oferta e a demanda, única maneira para alcançarmos preços remuneradores”, conclui Silas.