O presidente do Centro de Comércio de Café de Minas Gerais (CCCMG), Archimedes Coli Neto, afirmou em entrevista ao portal de notícias G1 - Sul de Minas que a nova safra deve ditar os próximos preços das sacas. A queda no preço das sacas de café tem gerado protesto de produtores no Sul de Minas e em todo o País. Com o valor de revenda muito próximo ou até abaixo do custo de produção, os cafeicultores tentam negociar dívidas e achar soluções para a crise.
“O que vai ditar os preços de agora pra frente vai ser a nova safra. Se nós tivermos algum problema climático, o mercado pode reagir. E se nós tivermos uma perspectiva de uma safra muito grande pro ano que vem, logicamente o mercado vai demorar um pouco mais para sair dessa situação”, afirma Archimedes.
Como a venda do café segue a lei da oferta e da procura, neste período as cotações recuaram, já que havia uma disponibilidade muito maior de café do que a demanda. Isso tem perdurado ao longo de pouco mais de um ano, já que a última safra bateu recorde de produção. “Este ano a safra tem sido menor, algo em torno de 20 a 25% se comparada ao ano anterior, com qualidade bem inferior também, e mesmo assim o mercado tem reagido. Estipular um prazo ou fazer uma previsão de quando a situação para o produtor vai melhorar é difícil, pois são diversos os fatores que podem determinar o rumo dos preços, como, por exemplo, a economia, a política externa e o dólar”, diz o presidente.
“Muitas vezes a gente vê o mercado caindo e já acha que são por fatores do café, mas às vezes não é. São condições externas que contaminam o mercado de uma maneira geral, tanto o café como outros produtos. Nós tivemos, nos últimos dias, uma desvalorização muito grande do peso argentino, e isso derrubou as bolsas aqui no Brasil, o que fez o dólar subir, e estes são elementos que também interferem no mercado de café. O mercado é muito sensível a muitas notícias”, explica ele.
Para ultrapassar a crise, existem algumas opções, como trocas, travas, CPR, vendas futuras e vendas imediatas, assim, o produtor poderá passar pelo momento crítico, considerando a melhor opção. “A melhor coisa é ter o custo ajustado, ter a conta na ponta da caneta, tudo anotado no papel, saber exatamente quanto custa sua saca de café, para que ele tenha a noção do momento que deve fazer a operação ou não”, afirma Archimedes.
As informações são do portal de notícias G 1 – Sul de Minas.