Para a Nicarágua, que planta, em sua maioria, variedades de café arábica, especialistas apontam uma quebra de 40% nesta safra, motivada pelas pragas, insumos caros, estradas com acesso ruim e queda nos preços internacionais. A produção média é baixa, cerca de 2 milhões de sacas de 60 kg. O setor cafeeiro gera uma receita de US$ 400 milhões em exportações e também é responsável por gerar centenas de milhares de empregos.
Um grupo de cooperativas do país vai receber um reforço para a produção, com o Programa Centro-americano de Gestão Integral da Ferrugem do Café (PROCAGICA), que entregará equipamentos para o despolpado úmido de café. Como há limitação de acesso aos recursos hídricos, com a infraestrutura, produtores locais poderão fazer uma boa separação do grão da polpa com pouco uso de água. O consumo de água diminui de 30 a 40% e contribui à redução da contaminação gerada pelos subprodutos do café, devido ao fato de que a polpa e as águas servidas são gerenciadas em um mesmo lugar.
Pelo processo, os cerejas descascados não vão para a secagem. Eles seguem para grandes piscinas d´água, nas quais permanecem entre 12 e 48 horas. Durante esse período, ocorre um processo de fermentação e eliminação da mucilagem (está fortemente aderida ao pergaminho, a película que envolve a semente do café). O fruto vai para a secagem mantendo apenas o pergaminho. A bebida preparada com esses grãos será mais frutada, floral e ácida.
Os módulos de despolpado úmidos centralizados são equipados com um motor, uma máquina despolpadora e um crivo para classificar os grãos e transportadores de café e polpa. Cerca 109 famílias cafeeiras vinculadas à nove cooperativas dos municípios de Matagalpa, Rancho Grande, El Tuma-La Dalia, San Sebastián de Yalí, Dipilto, El Jícaro e Jalapa serão beneficiadas por esta iniciativa. Estes módulos contribuirão à manutenção da qualidade de uns 12.550 quintais de café pergaminho.
As informações são do Agrolink.