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Nestlé pede importação de café verde da Etiópia no Brasil

POR EQUIPE CAFÉPOINT

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 30/11/2015

3 MIN DE LEITURA

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Por Thais Fernandes

No último dia 19 a questão da importação de café verde no Brasil teve mais um capítulo. Evair Vieira de Melo, deputado Federal (PV/ES), tornou público o pedido da suíça Nestlé para que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) avaliasse a entrada de café verde vindo da Etiópia. “O pedido é de análise fitossanitária e foi confirmado a mim por Décio Coutinho, secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SDA/Mapa)”, afirmou o deputado em entrevista exclusiva, nesta quinta-feira (26/11).

Na mesma data o parlamentar enviou um pedido à ministra da pasta, senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), para arquivar a solicitação da empresa e desconsiderar todas as outras que chegarem ao Ministério tratando sobre o mesmo assunto.

Além de futuros problemas com pragas, Melo ressalta que produtores temem as consequências econômicas que a abertura desse mercado pode trazer ao setor nacional. “As bases tecnológicas e de legislação trabalhista são muito aquém nos outros países. O Brasil investiu muito e se sair a autorização, acredito que de imediato pode haver queda de até 20% do preço pago ao produtor, como reação do mercado especulador”, explica o deputado.

Procurada, a Nestlé enviou a seguinte nota ao CaféPoint:
“O pedido de autorização para importação do café verde da Etiópia é pleiteado por representantes da indústria brasileira desde 2008. Para a Nestlé, o objetivo é o de viabilizar a composição de blends e atender à demanda existente no mercado interno, bem como dos mercados aos quais os seus produtos são e serão exportados.
Em conjunto com o projeto da fábrica de cápsulas NESCAFÉ® Dolce Gusto®, que será inaugurada no próximo mês em Montes Claros (MG), a companhia vem investindo de forma consistente em pesquisa e já identificou fornecedores nacionais de café conilon e arábica com perfis sensoriais compatíveis com o blend de alguns dos principais produtos do portfólio. Com isso, a fábrica inicia suas operações utilizando 100% de café brasileiro.
A empresa vem trabalhando com seus fornecedores e também no desenvolvimento de talentos técnicos para atuação em pesquisa e no campo para continuar buscando variedades locais compatíveis com o perfil sensorial do café da Etiópia. Dessa forma, o planejamento é que a importação seja feita em caráter temporário.”


Entidades ligadas ao setor ainda não se pronunciaram sobre o tema. O Mapa confirmou ao CaféPoint que o documento foi entregue e que neste momento deve estar nas mãos da ministra Kátia Abreu.
 
Para entender a questão, que ganhou destaque desde o ano passado, o CaféPoint produziu uma linha do tempo com os acontecimentos e suas respectivas datas. Analise, abaixo:


LINHA DO TEMPO - IMPORTAÇÃO DO CAFÉ VERDE NO BRASIL

2014

05/09/2014
Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do Espírito Santo (Seag) afirma que Nestlé pretende fazer importação de café verde de outras origens.

28/10/2014
Cafeicultores assinam documento em favor da instalação de fábrica da Nestlé no Brasil

11/12/2014
Nestlé confirma fábrica de cápsulas em Montes Claros (MG) para quinta-feira (18/12)

18/12/2014
Nestlé informa ao CaféPoint que "90% do café que será utilizado na fabricação das cápsulas na unidade de Montes Claros (MG) será proveniente de fazendas brasileiras".



2015

07/05/2015
Importação de arábica: Governo aprova requisitos fitossanitários para entrada de café do Peru

20/05/2015
Café peruano: Mapa promete suspensão de medida que abre importação

21/05/2015
Autorização de importação de café verde do Peru é suspensa pelo Mapa

22/05/2015
CNA formula estudo técnico sobre perigos fitossanitários de importação

CNC alerta que suspensão de importação não é definitiva

03/09/2015
Importação de café verde será debatida em Audiência Pública

17/09/2015
Entrevista exclusiva: André Nassar fala sobre eventual abertura à importação de café verde

19/11/2015
Evair Vieira de Melo, deputado Federal (PV/ES), informa pedido de importação da Nestlé e se coloca contrário a abertura, enviando pedido à ministra Kátia Abreu para arquivar essa solicitação.

27/11/2015
Nestlé e Mapa confirmam ao CaféPoint existência de pedido para Análise de Risco de Pragas do café verde proveniente da Etiópia.

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JOSÉ HESS

CURITIBA - PARANÁ

EM 04/01/2016

Bom pessoal inicialmente um Feliz 2016 para todos os amigos do café point. Segundo temos de ficar atentos e reagir com rigor contra as iniciativas de multinacionais que pensam que o Brasil é ainda um paizéco de todos, temos de mostrar, mesmo que tardiamente que podemos e faremos daqui um país de verdade, onde temos nossas leis e eles tem de respeitar como exigem que nós respeitemos cada detalhe nas nossas exportações. Temos de ter nossa própria estatística de produção e não repassarmos os dados para os estrangeiros, pois se alguém sabe o que você tem na sua casa eles dominam e controlam os teus mais íntimos detalhes. Sejamos como eles, espertos e estratégicos defendendo a nossa economia em primeiro lugar.
ADRIANO GOMES CORREA

INDÚSTRIA DE CAFÉ

EM 21/12/2015

Conversa pra boi dormir, importar café pra que , o "Brasil"  o maior produtor do mundo ...
MARIO DORNELLES DE ALVARENGA

PERDÕES - MINAS GERAIS

EM 19/12/2015

Nao tem limite a cara de pau da Nestle,sabemos que num governo honesto ate poderiamos importar algumas sacas para ver e talvez experimentar,porem com esta CLEPTOGRACIA que governa o BRASIL ATUALMENTE é muito arriscado ainda este tipo de operaçao.E temos gourmet SUFICIENTE para fornecer pra qtas NESTLES PRECISAREM!!!!
JOSÉ ARMANDO NOGUEIRA

BONITO - BAHIA - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 11/12/2015

O Deputado Evair Vieira de Melo é um grande conhecedor de café, no mundo. Um dos responsáveis pelos concursos de qualidade de café, arábica e robusta, que muito contribuem para provar ao mundo que o Brasil, além de ser o maior produtor, também é um dos melhores do planeta.



E a nossa história, como todos sabem, é centenária. Ainda que ela possa ter origem na Etiópia, com berço do café, nestes mais de 200 anos, desenvolvemos tecnologia própria.



Pagamos no momento pelas incopetências de vários governos brasileiros que nunca souberam valorizar nosso produto.



Não é fazendo politicagem de populismo com países pobres (como ou pior que nós) e que vamos ter os pecados do governo absolvidos.



A Nestlé, como empresa sem pátria, está pouco se lixando. E os produtores é que pagam o pato pelo lado perverso de punitivo do câmbio, onde só sobem os custos.



Cá entre nós, com um dólar no patamar de 4,00 reais, o café deveria estar custando algo como R$ 1,500,00 a 1.700,00 a saca, no entanto, o que se vê são contratos que não passam do patamar de 600 reais.



Não precisamos que uma multinacional venha, aqui dentro, descapitalizar o já empobrecido mercado cafeeiro.



Quer fazer balnd? Compre nosso café verde, leve-o para a  Etiópia, misture por lá, e faça bom proveito.



É minha opinião.
JOSÉ ADAUTO DE ALMEIDA

MARUMBI - PARANÁ - PROVA/ESPECIALISTA EM QUALIDADE DE CAFÉ

EM 11/12/2015

Concordo plenamente com o sr. Antonio Carlos da Silva.

Essa "estória"de blends é para abrir a porteira da importação de café e beneficiar as ex-colônias dos países europeus na África. Mas temos de ficar de olho nas manobras  políticas que podem acabar aprovando a importação se "rolar algum pixuleco". Por sorte, temos o deputado Evair de Melo   que  é um grande defensor do café brasileiro, além de  conhecer a fundo as dificuldades vividas pelos nossos cafeicultores.
JOSÉ ARMANDO NOGUEIRA

BONITO - BAHIA - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 01/12/2015

Vivemos num regime supostamente capitalista e de livre mercado. Cada empresa tem, portanto, o direito de, em tese, importar produtos de onde quiser. Desde que atenda às leis de controle fitossanitárias do país.



Mas o que chama a atenção e torna grave a situação é o desprezo da multinacional que se acha toda poderosa. Para importar café da Etiópia em detrimento da já combalida cafeicultura brasileira.



Foi dado espaço, e a multinacional avança despudoradamente na jugular do produtor, seja de arábica ou bobusta. Ambos de várias procedências e qualidade de bebida. Aptos a fornecer excelentes blands nacionais, desde que preparados por técnicos competentes. Aliás, o que não nos falta. Falta é a defesa dos interesses da czfeicultura brasileira. Dos produtores de cafés no solo brasileiro
ALEXANDRE

VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 01/12/2015

Achei a ideia da linha temporal excelente. O assunto é polêmico e devemos ficar sempre informados.



Parabéns!!!!!
ANTONIO CARLOS SILVA

BOA ESPERANÇA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 01/12/2015

Tenho lá minhas dúvidas se existe demanda interna de certos blends conforme afirma a Nestlé. O mercado interno de cafés especiais é muito limitado e restrito às grandes cidades da região sudeste. Tenho certeza que as regiões produtoras de café oferecem diversas variedades de café, portanto, centenas de possibilidades de blends. Não é necessário importar nem um grão de café.



Se a Nestlé se der ao luxo de procurar no parque cafeeiro nacional, certamente irá encontrar "trocentos" tipos de café com "n" possiblidades de blends para atender qualquer demanda e gosto.



Produzimos aqui o melhor café, com eficiência, dentro das normas fitossanitárias e com respeito a legislação trabalhista e ao social.



Café é a nossa especialidade. É só nos dizer o que querem e nós produziremos na qualidade e quantidade que desejarem.



Deixem dessa conversinha mole de importar café, e, por favor, não pensem e nem achem que somos burros. Estamos de olhos e vamos defender o nosso negócio com todos os recursos possíveis e, se não der resultado, "vamos fazer o diabo" para abortar essa anormalidade mercadológica.  

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