Segundo o governo de Rondônia, o município de Vilhena tem se destacado na produção de café especial, passando por diversas transformações na área de produção agrícola. Além de Vilhena, setores públicos como Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater), Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), Prefeitura Municipal, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Instituto Federal de Rondônia (Ifro) e iniciativa privada também estão empenhados para transformar todo o Cone Sul, que abrange sete municípios referência na produção de café especial, segmento tão importante para a economia do estado
Vilhena desenvolve há três anos o projeto de produção de café especial, iniciado pela Seagri, e acompanhado pela Emater. O município recebeu 25 mil mudas no ano de 2017, que estão com resultados positivos. Dentre os produtores que receberam as mudas, acompanhados pelos técnicos da Emater-Vilhena, ao se inscreverem no Concurso de Café Robusta do País, o Concafé, as plantas com apenas dois anos de plantio alcançaram pontuações acima de 81 pontos.
“A cafeicultora Maria Aparecida Barbosa conquistou uma pontuação de 81,93 e o produtor João Batista Chagas foi avaliado com uma pontuação de 81,60 no Concafé de 2019, onde ambos com tiveram seus cafés classificados como café especial. E com produtividades acima de 83,3 sc/há em plantas com apenas dois anos de plantio”, conta o engenheiro agrônomo da Emater-Vilhena, Maciel Lemos.
De acordo com o secretário Estadual de Agricultura, Evandro Padovani, um dos grandes pontos positivos do município é a altitude de 600 metros acima do nível do mar e, por ser considerado o Portal da Amazônia, conta com temperatura média anual de 25,8 °C e pluviosidade variando de 1.930 a 2.043 mm/ano.
“Tais características proporcionam à planta um alto desenvolvimento na sua arquitetura da copa e sistema radicular. As temperaturas mais amenas e dias bem ensolarados coincidem justamente com a época do amadurecimento das frutas do café robusta, que, com isso, tarda um pouco mais o amadurecimento e tem uma maior absorção de carboidratos nestes frutos, tornando as nossas frutas mais adocicadas, quando comparadas com as frutas das demais regiões produtoras do estado”, explica Padovani.
Outro fator é que boa parte do município está no bioma de Cerrado, mesmo na região amazônica brasileira, áreas onde estão sendo cultivadas as plantas do canéfora (robusta), dando uma característica única para o robusta de Rondônia. Com essas características próprias do município, não foi possível enquadrá-lo na Identificação Geográfica (IG), criada em Rondônia para o robusta. A partir daí, denomina-se o café do município de Vilhena como Café Robusta do Cerrado Amazônico.
A Emater-Vilhena, juntamente com o Ifro de Colorado do Oeste, iniciaram trabalhos científicos voltados a arranjos na avaliação da adaptabilidade e estabilidade fenotípica, genótipo e outras características de interesses agronômicos para selecionar os melhores desempenhos para a região do Cone Sul do estado.
“Há três anos aceitei vir para Vilhena a trabalho e uma das responsabilidades que me deram era implantar o café em um município que não tinha nenhuma tradição e que era, até então, reconhecido como um local inadequado para a produção de café robusta. Implantamos essas lavouras e hoje estamos com um plantio de mais de 52 hectares de café robusta clonal, arábica. Os produtores estão satisfeitos e já participam de concursos importantes como o Concafé”, concluiu Maciel Lemos.
As informações são do Secom Governo do Estado de Rondônia.