Diretores do Instituto Hondurenho de Café (Ihcafé) confirmaram que o impacto da mudança climática antecipou em um mês o corte de café em alguns departamentos do país. As regiões afetadas estão localizadas a uma altitude inferior a 900 metros acima do nível do mar.
De acordo com o gerente técnico do Ihcafé, Omar Fúnez, o corte de grãos já começou nos setores de El Paraíso, Comayagua e Olancho, devido a algumas chuvas entre períodos de seca. "É uma questão de mudança climática, as primeiras chuvas causaram o florescimento da planta e posterior amadurecimento da fruta", explicou Fúnez, que depois afirmou que os volumes produzidos nestas condições são relativamente pequenos.
Em 15 dos 18 departamentos do país, a inauguração do ano cafeeiro de 2018/2019 começará oficialmente até 1º de outubro, com projeções semelhantes às do ciclo 2017/2018, que termina em 30 de setembro.
Honduras está saindo de um ciclo produtivo afetado pelos preços internacionais e pela mudança climática, com o objetivo de produzir 17,6 milhões de sacas de 60 quilos e pelo menos US$ 1,2 bilhão em divisas.
A combinação de chuvas desordenadas e longos períodos de seca nos meses anteriores também causaram efeitos na maturação da safra de café no resto da América Central. Os períodos de corte para o grão geram mais de um milhão de empregos, atraindo até mão-de-obra de países vizinhos, especialmente da Nicarágua.
Em relação aos preços internacionais, Fúnez indicou que nos últimos dias houve uma recuperação de US$ 8, indo de US$ 97 para US $ 105. No entanto, os contratos futuros de café caíram para US$ 103,05 por dia no mercado de Nova York.
Produtores e exportadores como Emilio Medina consideram que o quintal (saca de 46 quilos) deve custar pelo menos US$ 130 para que haja margem de lucro em Honduras. Felizmente, os produtores nacionais detêm o primeiro lugar nas lavouras da América Central e o quinto no contexto mundial, juntamente com Vietnã, Brasil, Colômbia e Indonésia.
As informações são do La Tribuna / Tradução Juliana Santin