O Governo de Moçambique aderiu à Organização Internacional do Café (OIC) pela primeira vez na sua história. A cerimônia foi realizada no centro de Londres e contou com a presença do ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural do país, Celso Correia, além de representantes do setor cafeeiro do país, supervisionado pela Amocafé, na presença da diretora-executiva da OIC, Vanusia Nogueira.
“Hoje comemoramos um dia histórico para a OIC com a entrada de um novo membro, Moçambique, também signatário do novo ICA 2022”, afirmou Vanusia. “Juntos, promoveremos prioridades compartilhadas com potencial para diversificar economias, construir resiliência e, em última análise, fornecer resultados concretos para as pessoas. Estou convencida de que a contribuição de Moçambique, como parceiro pleno da OIC e da nova ACI, será crucial para moldar a indústria cafeeira para um futuro brilhante e sustentável. Bem-vindo, Moçambique, à família mundial do café, como o 27º país africano a tornar-se Membro da OIC”, completou.
Em Gorongosa, onde o Parque Nacional foi devastado pela guerra civil e perdeu quase toda a sua vida selvagem, a introdução do grão verde originário de Moçambique forneceu um incentivo a longo prazo para as comunidades locais protegerem uma floresta tropical que anteriormente estava desaparecendo a um ritmo de mais de 100 hectares por ano, já que a plantação é feita à sombra de árvores nativas. Cem por cento dos lucros do cultivo do grão verde são devolvidos à comunidade local.
Da mesma forma, nas terras altas enevoadas das montanhas Chimanimani, o café orgânico é produzido como parte de um sistema agroflorestal, que inclui o reflorestamento de áreas degradadas e desmatadas da reserva para proteger o solo, a flora e a fauna.
Essas práticas visam preservar a rica biodiversidade do país, envolvendo ativamente as comunidades locais. Ao ingressar na OIC, Moçambique espera contribuir para o desenvolvimento de políticas globais sobre a sustentabilidade do café e participar do intercâmbio de conhecimento com outras nações produtoras de café.
“Este é um dia histórico para Moçambique ao ingressarmos na Organização Internacional do Café. O nosso setor cafeeiro está crescendo rapidamente e é uma parte importante dos nossos planos para o futuro e da mudança que queremos trazer para o nosso país”, afirmou Celso Correia, Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Moçambique. “Ao escolher o café moçambicano, os consumidores irão não só desfrutar de uma experiência única de sabor, mas também apoiar os agricultores locais nas suas práticas sustentáveis e ajudar a preservar a biodiversidade das paisagens do país. Esperamos que mais e mais pessoas possam desfrutar do café de Moçambique nos próximos anos e décadas”, destacou
As informações são do Global Coffee Report / Tradução Juliana Santin