A cooperativa Minasul afirma que até o momento apenas 12% do volume da colheita da safra 2018/2019 deu entrada. A produção ainda está sendo colhida ou passando por processos de secagem e beneficiamento nas próprias fazendas antes de serem encaminhadas, mas o que chegou está com um percentual de grãos peneira 17/18 (graúdos) de apenas 25%, ficando abaixo da expectativa que girava em torno de no mínimo 30% por parte de dos produtores e do mercado em geral.
Aercio Ferreira, responsável pelo Departamento de Classificação e Qualidade dos cafés da Minasul, explicou que o mercado analisa os cafés disponíveis para a venda sob três aspectos: percentual de peneira graúda (tamanho do grão), aparência e bebida. “Tudo influencia na hora da venda”, lembra. Outra situação para o produtor que esperava um percentual maior de graúdos é que uma boa parte de suas colheitas já estão negociadas no Mercado Futuro, contando com um percentual bem acima do verificado de café peneira 17/18. Alguns produtores imaginavam obter até 35% de peneira, mas não têm passado de 25%.
O agrônomo da Minasul, Fabricio Freitas, explica que normalmente, em anos de safras altas, como o de 2018, a média do tamanho dos grãos é menor quando comparado ao ano de safras baixas. “O regime pluviométrico dos últimos doze meses foi favorável à cultura do café, porém não é possível mensurar se o déficit hídrico ocorrido nos dois anos anteriores podem ter interferência no tamanho dos grãos da safra 2018/2019”, afirma.
Fabricio lembra que as lavouras vêm saindo de um grande estresse hídrico que se arrasta desde 2014: “A reposição desse estresse vem sendo saldada em prestações nos anos que se seguiram, mas é bem provável que ainda não seja uma dívida quitada ao todo. Ou seja, os cafezais ainda não vivem os seus melhores dias depois daquela prova de fogo”, concluiu o agrônomo.
As informações são do Departamento de Comunicação e Marketing da Minasul.