Minas Gerais, maior estado brasileiro produtor de café, iniciou sua colheita, que é estimada em 30 milhões de sacas, volume que representa 50% da safra nacional. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) aponta as preocupações com a covid-19 e os cuidados que os produtores devem manter durante este período.
Pensando nesse momento, a Emater optou por lançar a cartilha Orientações sobre prevenção ao coronavírus durante a colheita do café, a qual contém um conjunto de informações básicas de prevenção ao vírus nesta importante etapa da produção do café.
As recomendações básicas contidas na cartilha devem ser adotadas em qualquer ambiente, seja em casa ou na lavoura. São elas:
- Lavar as mãos com frequência ou higienizá-las com álcool em gel 70%;
- Não utilizar as mãos para cobrir o nariz e a boca ao tossir ou espirar, mas usar um lenço ou o braço;
- Evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
- Manter um distanciamento mínimo de dois metros entre as pessoas;
- Evitar aglomerações e permanecer em casa sempre que puder.
Pessoas com sintomas de gripe devem ser afastadas de suas atividades e as que tiverem mais de 60 anos ou forem portadoras de doenças respiratórias, cardíacas ou diabetes fazem parte do grupo de risco e devem permanecer em suas casas.
Transporte
Especificamente em relação aos cuidados que devem ser adotados no transporte dos trabalhadores para a colheita do café, a cartilha estabelece as medidas de prevenção que consistem em orientar os produtores que, ao transportar trabalhadores, devem limpar bem o veículo e borrifar no seu interior, antes e depois das viagens, uma solução de água com 10% de água sanitária, assim como disponibilizar álcool em gel 70% para higienização das mãos dos trabalhadores. Nos trajetos, as janelas do veículo devem ser mantidas abertas e deve ser respeitada a distância mínima de dois metros entre os passageiros, que devem usar máscaras, assim como o condutor do veículo. Ao chegar à propriedade, os trabalhadores e colaboradores devem lavar corretamente as mãos com água e sabão.
No caso dos trabalhadores que forem dormir em alojamentos durante os meses da colheita, os produtores deverão adotar providências para que o ambiente seja ventilado, higienizado diariamente e tenha disponibilidade de chuveiros, torneiras, água e sabão para a higiene pessoal. Além disso, as camas do alojamento devem ficar a uma distância mínima de dois metros entre elas e os armários, toalhas e roupas de cama não devem ser compartilhadas. Devem disponibilizar álcool em gel 70% para a higienização das mãos.
Refeitório
As propriedades que possuírem refeitórios devem se adaptar e adotar medidas especiais neste ano, tais como:
- Disponibilizar álcool em gel 70%, sabão e água, com orientação de uso para higienização das mãos dos trabalhadores;
- Propriedades que oferecem refeições devem servi-las em marmitas individuais. Além disso, deve-se evitar aglomeração de pessoas no refeitório e definir horários de alimentação diferentes para grupos pequenos. A distância mínima entre as pessoas também deve ser de dois metros;
- Não compartilhar talheres ou outros objetos como pratos, copos e toalhas de rosto;
- Para a limpeza doméstica, são recomendados produtos usuais de limpeza, mas dando preferência à solução de água com 10% de água sanitária para desinfetar as superfícies.
- Colheita e pós-colheita – nas tarefas de colheita e pós-colheita, a cartilha da Emater–MG, que também pode ser lida e obtida na íntegra no Observatório do Café, do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, orienta, entre outras, as seguintes medidas de prevenção contra o novo coronavírus:
- Racionalizar a mão de obra a ser utilizada em cada etapa, reduzindo o número de pessoas envolvidas, evitando aglomerações. Assim como, separar as lavouras em talhões e iniciar a colheita nos talhões em que os frutos amadurecem mais cedo e continuar as tarefas de acordo com a maturação da lavoura;
- Priorizar a contratação de mão de obra local. Além de contribuir para a economia da região, também evita a importação de casos de Covid-19 de outras localidades;
- As autoridades de saúde recomendam que pessoas com mais de 60 anos e as portadoras de doenças como diabetes, doenças cardíacas e respiratórias devem permanecer em casa;
- Observar as condições de saúde dos colaboradores, pois os que apresentarem sintomas como coriza, espirros, tosse, febre e falta de ar devem ser afastados das atividades. No caso dos três últimos sintomas, o trabalhador deve ser orientado a procurar atendimento médico;
- Se possível, todos os trabalhadores devem ser submetidos à verificação do estado febril, com uso de termômetro digital de testa. Pessoas em estado febril não devem participar dos trabalhos. E receber na propriedade apenas pessoas que são realmente necessárias ao trabalho, respeitando todas as normas de prevenção da Covid-19;
- Revisar e limpar com antecedência, lavadores, descascadores, secadores e máquinas de beneficiar café, além de outros equipamentos utilizados;
- Estabelecer horários diferentes para início das atividades, e separar os colhedores por talhões ou carreiras. Na derriça do café, manual ou com derriçadeiras, programar para que cada fileira seja colhida pela(s) mesma(s) pessoa(s), mantendo a distância mínima de dois metros entre elas;
- Não compartilhar ferramentas e equipamentos de colheita, como peneiras, lonas, sacarias, rastelos, entre outras, os quais devem ser de uso pessoal. E realizar a higienização das mãos, máquinas e dos equipamentos antes e após o uso. Finalmente, todas as atividades coletivas que envolvam contato com outras pessoas devem ser feitas utilizando-se máscaras de proteção.
Por fim, a cartilha da Emater-MG salienta e orienta que, além das precauções recomendadas contra o coronavírus, é necessário que os produtores mantenham foco nas boas práticas da colheita, as quais também estão descritas na cartilha e valem a pena serem conferidas, de modo a garantir um café de boa qualidade e que resulte em melhor remuneração para os cafeicultores.
As informações completas estão disponíveis no site da Embrapa. Clique aqui.
As informações são da Embrapa (por Thiago Cavaton e Lucas Tadeu Ferreira)