Cafeicultores de Araguari (MG) inseridos no Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Café + Forte, oferecido pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES, destacam os resultados para o controle de pragas, com a calda sulfocálcica. A aplicação do produto foi uma orientação do técnico de campo Fernando Marcus Lima Valadão, para combater, principalmente, o bicho-mineiro, considerado uma das principais pragas no cultivo de café.
“A região de Araguari é bem quente e nesta época do ano é comum o aparecimento do bicho-mineiro, que causa mais desfolha e perda nas lavouras. Com a falta de umidade, os produtos perdem a eficiência e, normalmente, os produtores utilizam inseticidas mais fortes, que causam prejuízo econômico. Nesta época de colheita, o produtor não pode passar um inseticida comum, mas, com a calda, ele pode colher. É um manejo da agricultura orgânica que tem dado certo para os produtores convencionais”, explicou.
O técnico repassou uma receita para a produção da calda sulfocálcica, que pode ser feita com a mistura de 20 litros de água, quatro quilos de enxofre em pó e dois quilos de cal, considerando um tanque de 2.000 litros. O produto químico resultante do cozimento tem potencial inseticida e é eficaz para combater o bicho-mineiro e o ácaro vermelho. “Eles fizeram a calda na própria propriedade e aplicaram com a concentração recomendada de 1% no pulverizador para manter o equilíbrio da lavoura”, completou.
A aplicação da calda sulfocálcica tem um custo aproximado de R$ 6 por hectare, enquanto o uso de um inseticida tradicional tem custo de R$ 40 por hectare, podendo chegar a R$ 300 dependendo do produto escolhido.
O produtor Vanderlei Volpato confirma o excelente custo-benefício em seus 10,3 hectares de lavoura. “Não tem comparação. Segui a receita e gastei cerca de R$ 7 por hectare com essa calda. Antes, já cheguei a pagar mais de R$ 200 por hectare em inseticida”. Os bons resultados do produtor chamaram a atenção da vizinhança. “Eles viram e também fizeram para utilizar nas lavouras. Eu pretendo continuar com esse método”.
O produtor Fábio Meneguello conta que já tinha utilizado um produto comercial similar à calda sulfocálcica, com o custo de R$ 60 por hectare, mas a produção própria permitiu uma economia significativa: um gasto de R$ 6 para cada um dos 23 hectares. “O resultado está sendo muito bom, principalmente neste ano em que o ataque do bicho-mineiro foi maior por causa da pouca quantidade de chuva. Essa economia ajudou a equilibrar o orçamento”.
As informações são da Assessoria de Comunicação Senar Minas – Regional Uberaba (Por Juliana Fidelis).