Segundo Celso Oliveira, meteorologista da Somar, as cotações internacionais do grão tendem a ganhar volatilidade por causa do risco de geadas nos cafezais. “Ondas de frio intenso não devem ocorrer com frequência nos próximos meses, com grande espaçamento entre elas, mas é importante alertar que, quando elas ocorrerem, devem ser fortes”, informou ao Broadcast Agro.
De acordo com ele, a expectativa é de entrada de uma massa de ar polar na região Sudeste no fim de maio, onde se concentra a produção de café. Modelos meteorológicos mostram uma segunda onda de frio intenso na primeira quinzena de julho. “Mas, de modo geral, a temperatura no inverno deve até ficar acima da média histórica”, estima Oliveira.
Outro problema para os cafeicultores nos próximos meses é a ocorrência de chuvas, que podem derrubar os frutos no chão e também atrapalhar a secagem dos grãos. Conforme Celso, as simulações meteorológicas indicam que em meados de maio pode chover vários dias, com pouco volume de água. “Embora o volume de chuva previsto seja baixo, o produtor pode enfrentar problema de secagem dos grãos, com tempo úmido e frio”, explica.
O meteorologista considera que, por enquanto, existe previsão de ocorrência de fenômeno climático La Niña apenas no fim do ano. No entanto, as águas do Oceano Pacífico já se mostram mais frias do que a média, o que pode provocar irregularidade das chuvas, principalmente na primavera. “Isso pode influenciar a florada da próxima safra, com perda parcial das flores”, conclui.
As informações são da Agência Estado.