As cotações do café tiveram uma forte valorização ao longo da semana. No entanto, na sexta (27), os contratos de arábica na ICE Futures US, em Nova York, e os de robusta na ICE Europe, em Londres, recuaram com ajustes e realização de lucros.
Previsões de chuvas esparsas e com baixo volume nas regiões produtoras do Brasil, como indicou a Climatempo, estimularam o movimento de venda após os ganhos expressivos da semana. A expectativa é de que as chuvas aumentem apenas em outubro, e em algumas áreas, somente em novembro. Mesmo assim, os danos à safra de 2025 já são significativos.
ICE Futures Nova York (US): os preços do arábica para dezembro oscilaram, mas fecharam a US$ 2,6915 (-475 pontos). Já os contratos para março de 2025 fecharam a US$ 2,6690 (- 485 pontos).
ICE Futures Londres (UK): os contratos para novembro encerraram a US$ 5.482 (- US$ 45). Mesmo assim, acumulam uma alta semanal de 423 dólares.
Estoques de café certificados: na ICE Futures, caíram em 2.037 sacas, totalizando 818.183 sacas. Comparado ao ano anterior, houve um aumento de 371.665 sacas.
O dólar encerrou a semana passada cotado a R$ 5,4360, em leve queda frente aos R$ 5,5210 da semana retrasada.
Mercado físico brasileiro: os preços subiram consistentemente ao longo da semana passada, refletindo as cotações internacionais. Na sexta (27), os compradores reduziram suas ofertas, paralisando as negociações. O deságio em relação a Nova York continua elevado, e os volumes negociados ficaram abaixo do esperado para o período.
Clima: a previsão de uma frente fria no oceano traz chances de chuvas esparsas no Sudeste, mas sem impacto significativo na recuperação da umidade do solo. O atraso de navios no último mês acumulou 1,9 milhão de sacas de café não embarcadas, o que gerou um impacto financeiro estimado em R$ 2,65 bilhões para o Brasil.
Até o dia 27, os embarques de setembro somaram 3,34 milhões de sacas, um aumento em relação a agosto. Mesmo assim, os embarques atrasados seguem pressionando o mercado logístico.
De modo geral, o mercado continua pressionado pelas incertezas climáticas e pela volatilidade das cotações, com perspectivas de que as condições só se estabilizem com o início das chuvas mais regulares em outubro e novembro.
Até dia 27, os embarques de setembro totalizaram 3.347.402 sacas (2.449.365 sacas de arábica, 631.572 de conilon e 266.465 sacas de solúvel).
Emissão de certificados de origem: até o dia 27/9, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em setembro totalizavam 3.953.501 sacas.