O mercado de café encerrou a semana passada com mais um ciclo de fortes altas, tanto nas bolsas internacionais quanto no mercado físico brasileiro. Impulsionados por problemas climáticos globais, estoques baixos e a proximidade do inverno no hemisfério norte, os preços continuam em trajetória ascendente, alcançando níveis históricos.
Bolsas internacionais
O arábica em Nova Iorque (ICE Futures US) se destacou ao ultrapassar a marca de US$ 3,00 por libra-peso nos contratos para março, atingindo o maior patamar em 13 anos. A semana acumulou um ganho de 1.880 pontos, consolidando uma alta impressionante de 5.970 pontos nas últimas três semanas.
O robusta negociado em Londres (ICE Europe) também registrou avanços expressivos, rompendo novamente o patamar de US$ 5.000 por tonelada nos contratos para janeiro. Com uma alta de 212 dólares na semana, o robusta acumula ganhos de 706 dólares em três semanas, refletindo a pressão global sobre a oferta.
Mercado físico brasileiro
O aumento das bases de preços acompanhou as altas internacionais, mas o volume negociado ficou abaixo das necessidades dos compradores. O cenário de fim de ano, marcado pela resistência dos produtores em vender, mantém o mercado firme e com forte interesse comprador, tanto para exportação quanto para o consumo interno.
Exportações brasileiras
Elas também ganharam destaque, com 2,65 milhões de sacas embarcadas até o dia 22 de novembro, superando o volume registrado no mesmo período de outubro. Os pedidos de emissão de certificados de origem, que indicam embarques futuros, confirmam a tendência de aumento no fluxo de exportação, totalizando 3,39 milhões de sacas no mês até agora.
Estoques certificados
Os estoques certificados de café na ICE Futures US registraram queda de 8.787 sacas na sexta-feira (22), fechando o dia em 884.538. Embora apresentem um acúmulo expressivo de 593.804 sacas ao longo do último ano, o volume ainda está longe de atender à crescente demanda global.
Dólar
No câmbio, o dólar encerrou a semana em leve alta, cotado a R$ 5,8140, e influenciou diretamente as cotações em reais. Os contratos para dezembro na ICE fecharam o pregão desta sexta-feira valendo R$ 2.323,38 por saca, ampliando o ganho frente à cotação de R$ 2.139,56 registrada na semana anterior.
Com a combinação de estoques baixos, problemas climáticos que impactam a próxima safra brasileira e uma demanda sazonal crescente, o mercado de café mantém sua tendência de alta. As perspectivas para os próximos meses indicam que a oferta continuará pressionada, sustentando os preços elevados.