Um mapeamento de AgTechs, elaborado pela Liga Insight em parceria com o Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto e Inovajab, Incubadora de Base Tecnológica da Universidade Estadual Paulista (UNESP), aponta que atualmente 20% dos negócios das startups brasileiras com foco no agronegócio são voltados para as inovações.
O mapeamento aponta que, no País, o número de startups atuantes no setor chega a 307, agrupadas em 18 diferentes categorias. Deste total, além dos 20% destinados à gestão de fazendas, as startups que desenvolvem soluções em Biotecnologia, Hard Sciences e Bionergia representam 11%, seguidas pela categoria VANTs (veículos aéreos não tripulados), Drones e Geoprocessamento (10%) e E-commerce, Marketplace e Economia Compartilhada (10%).
Para o gerente do Supera Parque de Inovação e Tecnologia, Eduardo Cicconi, a agropecuária responde por aproximadamente 24% do PIB do Brasil e vem buscando soluções que contribuam para que o setor consiga atender à crescente demanda dos consumidores.
“Estudos apontam que o crescimento populacional será de 33% até 2050, o que significa que a produção de alimentos terá que aumentar cerca de 70% para atender essa demanda. Esse é apenas um dos motivos para que sejam desenvolvidas soluções inovadoras que contribuam para minimizar os gargalos do setor”, diz.
Para ele, a chegada de tecnologia é importante para modernizar o agronegócio, dando mais competitividade ao setor. “Existem muitas soluções sendo geradas no âmbito da academia que, quando transformadas em inovação, são capazes de reduzir custos operacionais para o empresário, movimentando toda uma cadeia produtiva”, diz. “Hoje, além de uma dificuldade de conexão com investidores, uma das principais dificuldades enfrentadas pelas startups é na conexão com as grandes empresas. Ainda vemos uma certa resistência de parte das corporações em expor quais são os problemas enfrentados por elas”, enfatiza.
Mapeamento
Sobre o mapeamento, Denise Arruda, pesquisadora do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) do Supera Parque, explica que o primeiro objetivo foi o de entender o ecossistema de inovação no Brasil. “Se há um tema em que o Brasil pode ter um dos maiores campos do mundo para fomentar e desenvolver inovação é o setor agropecuário. Entretanto, as informações ainda estão bem dispersas”, completa.
Denise enfatiza que a ideia inicial foi o de responder algumas perguntas como: quais são as principais tendências do setor? O que as startups estão produzindo? Quais são os serviços que elas oferecem? “A resposta dessas perguntas permitirá articular e otimizar a interação entre os players do agronegócio nacional”, explica.
Para que o mapeamento fosse possível, o grupo de trabalho realizou pesquisas em estudos e relatórios já publicados, banco de dados e outras fontes, como agências de fomento, editais de premiação e portfólios de incubadoras. “Chegamos ao total de 750 startups. Entretanto, foram aplicados alguns filtros que verificaram, por exemplo, se as startups eram de base tecnológica ou se pertenciam apenas a cadeia de valor do agronegócio. Isso fez com que chegássemos ao número de 307 empresas inovadoras de base tecnológica atuantes no setor”, comenta Denise.
O estudo está disponível no site da Liga Ventures.