A Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics) aponta que o Japão é o quarto maior comprador dos cafés solúveis brasileiros, já que importou o equivalente a 304.074 sacas de 60 kg no ano passado, gerando receita de US$ 65,8 milhões ao País. Em 2015, o produto nacional respondia por 38,7% do mercado nipônico e veio registrando avanços até chegar a 44,5% no ano passado.
"Somos os principais provedores ao Japão há anos e mantemos esse desempenho mesmo com o produto brasileiro sendo taxado em 8,8% para ingressar no país asiático, contra a isenção de tarifas para os produtos dos principais concorrentes, como Malásia, Vietnã, México, Tailândia e países do Acordo Transpacífico de Cooperação Econômica (Trans-Pacific Partnership – TPP) e da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN)", explica Aguinaldo Lima, diretor de Relações Institucionais da Abics.
Por conta dessa parceria, o presidente da Abics, Pedro Guimarães, participou, no dia 29 de julho, da XXII Reunião Plenária do Conselho Empresarial Brasil-Japão, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela FIESP, em parceria com a congênere nipônica Keidanren, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, na capital paulista.
A conclusão das negociações entre Mercosul e União Europeia gerou grande repercussão para o produto brasileiro como um dos itens incluídos no pacto, com o café solúvel sendo destaque em discursos do governo federal e em diversas reportagens. Assim, Guimarães foi convidado para participar da Sessão “EPA - Economic Partnership Agreement Japão-Mercosul”. No painel, o presidente da Abics fez a apresentação do café solúvel do Brasil como um ‘case’ capaz de ampliar oportunidades em um acordo comercial entre o bloco sul-americano e o país asiático.
Para Lima, um virtual acordo entre o bloco e os japoneses potencializará a representatividade do produto nacional no mercado asiático. "Tivemos a grande notícia do acordo Mercosul-UE este mês, que ampliará nossa participação no bloco europeu assim que o pacto entrar em vigência. Vislumbrar a possibilidade de um tratado Mercosul-Japão gera muita expectativa, porque, certamente, temos potencial para responder por mais de 50% do market share naquele país", conclui o diretor da Abics.
As informações são da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel.