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Inflação e alta dos alimentos são preocupações mundiais

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 19/06/2008

1 MIN DE LEITURA

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutirá nesta quinta-feira (19) o aumento da inflação com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, integrantes da equipe econômica e economistas de fora do governo. A discussão deve ter como foco a alta dos preços dos alimentos - os grandes vilões do atual surto inflacionário. O cenário que vem sendo traçado no ministério e que deverá ser apresentado por Mantega é de que parte significativa da aceleração inflacionária no País é decorrente de fatores externos, choques de commodities, como petróleo e minérios, e de alimentos.

O encontro ocorre logo após o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, reconhecer a possibilidade "teórica" de a inflação oficial - o Índice de preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - superar neste ano o teto da meta de 6,5%, algo antes tido como inconcebível.

Segundo anunciou a FGV, o Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) subiu 1,96% em junho e acumula elevação de 12,71% em 12 meses. O repasse da atacado para o varejo continua e o grupo Alimentação foi novamente destaque, com forte aceleração (de 1,70% para 2,40%), de maio para junho.

A preocupação com a inflação ganha, cada vez mais, proporções mundiais. Nesta quinta-feira, o chefe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Kemal Dervis, afirmou que o aumento nos preços dos alimentos e do petróleo é mais profundo e mais permanente do que as mudanças de preço vistas no passado, segundo a agência de notícias Ihlas.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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LAUDIR NILSON ZILS

MARIPÁ - PARANÁ - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 23/06/2008

A pouca experiência que tive em relação à economia, me permite dizer que mexer com inflação é mexer com pólvora e fogo.

A política governamental de levar alimentos a quem não tinha acesso e as maiores procuras internacionais vieram no momento ao qual o mundo voltou os olhos na produção de combustíveis renováveis e isso tem remunerado os produtores; ocorre que simultaneamente ao aumento na demanda de alimentos reduziu a produção.

A maior demanda interna de produtos agrícolas contribuiu para a analise, o Brasil está produzindo mais frango, suínos, gado e temos boa perspectiva na produção de ovinos e caprinos, sem contar que outros potenciais produtivos como a piscicultura é pouco explorada, isso mostra que a curto e médio prazo o consumo de alimentos poderá aumentar significativamente, a realidade é que não existe oficialmente previsão de aumento na área a ser cultivada, mas o aumento no consumo dos produtos é real, indicando tendência de piora na situação.

Optar pelo cultivo de cana-de-açúcar, mamona e pinhão manso é uma alternativa de fuga as taxações dos países exportadores de matérias primas para fertilizantes, já que estas culturas utilizam pouco ou nenhum fertilizante, outra saída para os produtores foi a redução na área de plantio ou a redução no investimento, sendo que ambas opções reduzirão a colheita; consequentemente a demanda agrícola no mínimo ficará a mesma e quem pagar mais leva o produto.

De imediato nada pode ser feito sem grandes reflexos econômicos, isso significa que o período é de cautela nas negociações. O congresso pode ajudar aprovando com maior rapidez as leis, especialmente quanto a exploração de reservas de potássio brasileiras, ajudaria um pouco a reduzir os custos dos fertilizantes. É obvio que não só os fertilizantes foram os culpados pelo alto custo dos alimentos, os fatores climáticos têm influenciado significativamente quanto a oferta e isso é de tempos.

Uma saída para o Brasil a médio e longo prazo, seria a estruturação para processar a produção e exportar o produto acabado, empregaria pessoas, e faria com que o dinheiro girasse nas mãos de mais brasileiros. A dúvida está na viabilidade econômica disso, se por um lado é mais barato vender o produto do que investir em processos de industrialização, como vamos combater o desemprego e a fome?

Comparando o Brasil a uma indústria de geração de produtos tanto bens como serviços, podemos afirmar que a produção é menor do que a demanda, que os operários estão parados, que a fabrica está perdendo dinheiro, e que nesse tempo a concorrência estuda meios de assumir nosso mercado.

Por fim, alimentam o fogo com políticas obscuras e ações ineficientes, sem saber o quão perto da pólvora podem chegar e o pior é não saber nem o tamanho do barril.
JANETE ZERWES

CUIABÁ - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 22/06/2008

Caro Dirceu,

Parabéns pelos questionamentos, são muito oportunos, realistas. Se me permite, gostaria de acrescentar mais algumas perguntas às suas:

Será que o setor primário consegue atender a demanda por maior produção e produtividade, depois de ter renda reduzida e até negativa ao longo tempo, de ter perdido recursos que seriam destinados ao incremento da produtividade em decorrência da absorção das altas constantes de combustíveis e insumos?

Será que a sociedade de consumo e os governos, especialmente aqueles dos paises desenvolvidos, que tanto se beneficiaram dos alimentos e matérias primas agrícolas baratas adquiridas dos paises em desenvolvimento, irão assumir a responsabilidade pelo esgotamento dos solos, provocados pela falta de recursos compatíveis com a renda - vale aqui citar a pecuária de cria como exemplo - para a correção desses mesmos solos?

Será que o produtor terá seu valor reconhecido e sua auto estima recuperada, depois de ter sido responsabilizado, incriminado e penalizado - pela mídia, pelo protecionismo comercial de outros países, pelas arbitrariedades cometidas pelas autoridades responsáveis pelo controle, ordenação e aplicação das leis ambientais - pelos esforços para produzir alimentos?

Quando essas perguntas forem respondidas e esses problemas solucionados, o fantasma da inflação provocada pela oferta reduzida de alimentos e a conseqüente alta dos preços, deixará de assombrar o mundo.
PAULO VARELA SENDIN

LONDRINA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/06/2008

O atual ciclo de elevação de preços dos alimentos é função do aumento de consumo e do incremento dos custos de produção, especialmente do petróleo e derivados (combustíveis, fertilizantes e agroquímicos em geral). Essa "inflação de custos" é quase toda externa à economia brasileira e não há medidas que produzam efeitos no curto prazo (nem mesmo o aumento da famigerada taxa SELIC do Banco Central...).

O governo brasileiro precisa entender que ele não controla a demanda de alimentos da China e da India, nem o preço do petróleo. As políticas agrícolas têm de ser de médio e longo prazos, incentivando a geração e adoção de tecnologias poupadoras de insumos e de aumento de produtividade sem elevação de custos (aumento da eficiência do uso dos fatores de produção). É isso que tem funcionado historicamente e é a única solução para a redução de preços no Agronegócio.

Isso tem que ser conseguido tanto através de inovações na produção agrícola propriamente dita (dentro da porteira) como na indústria de insumos. E, neste caso, é preciso aumentar a produção interna de insumos, principalmente de fertilizantes, para que os reflexos das crises externas no mercado interno sejam menores.

Paulo Sendin, EngºAgrº
Londrina PR
DIRCEU FERREIRA OLIMPIO

MACHADO - MINAS GERAIS

EM 20/06/2008

Serão mesmo os alimentos os grandes vilões?

Petróleo = alta de + 300% nos últimos 7 anos;
Minérios = alta de + 250% nos últimos 7 anos;
Alimentos = alta de 80% nos últimos 7 anos.

No caso do Brasil não seria mais correto falar em falta de infra-estrutura e de uma política agrícola coerente?

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