Segundo Moelyono Soesilo, diretor de café da Associação dos Exportadores e Indústrias Indonésias de Café, a demanda por café entre os indonésios deve aumentar aproximadamente 36% em relação ao ano anterior. Isso corresponde à metade da produção estimada do país de 11,5 milhões, para 12 milhões de sacas.
O consumo de café na Indonésia mais do que dobrou na década passada, à medida que o estilo de vida nas áreas urbanas se concentra cada vez mais nos cafés, levando-os para os centros comerciais, centros de transporte e complexos de escritórios. Como em mais de 90% da população muçulmana o álcool é desencorajado, segundo Moelyono, os cafés funcionam como uma saída para os jovens se encontrarem e socializarem.
A demanda por bebidas prontas e de maior valor também cresceu nos últimos anos, levando a Indonésia, que é o terceiro maior produtor mundial da variedade robusta, a aumentar a produção de arábica para 40% de suas colheitas totais de 15% agora. O Departamento de Agricultura dos EUA estima a demanda de café da Indonésia em 4,9 milhões de sacas este ano.
Mudando gostos
Segundo Moelyono, as companhias aéreas de baixo custo também ajudaram a ampliar os gostos, com os indonésios viajando mais e experimentando diferentes variedades de cafés. De acordo com o Conselho Indonésio de Café, a Indonésia agora cultiva 21 variedades de grãos, como Gayo, Mandheling e Toraja.
O boom levou os capitalistas de risco a aproveitar a tendência crescente. A Kopi Kenangan, uma startup de cadeias de café sem franquias, comprou US$ 28 milhões da Sequoia India e da Alpha JWC Ventures. De acordo com Edward Tirtanata, diretor executivo da Kopi Kenangan, a empresa planeja aumentar o número de pontos de venda para 2 mil em 2022.
"A indústria da cadeia de café ainda é lucrativa na Indonésia e continuará expandindo", disse Jefrey Joe, co-fundador e sócio-gerente da Alpha JWC.
As informações são do Bloomberg / Tradução Juliana Santin