O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) busca ampliar os conhecimentos sobre o plantio de café arborizado e estuda a implantação de quatro Unidades de Pesquisa Participativa (UPP) no sul do estado e Caparaó.
A iniciativa faz parte de uma pesquisa intitulada Desempenho agronômico do cafeeiro em sistemas arborizados no Estado do Espírito Santo. O objetivo é avaliar como se comportam os cafeeiros de arábica e canéfora (conilon) e o desenvolvimento dos genótipos nesses consórcios.
O projeto prevê o início da implantação das UPPs ainda este ano em propriedades de agricultores nos municípios de Alegre, Cachoeiro de Itapemirim, Iúna e Ibitirama. Com uso das metodologias de pesquisa participativa, será analisada a viabilidade socioeconômica do sistema pela percepção dos agricultores, com o objetivo de construir consórcios adequados e promover a difusão simultânea de resultados. Também serão avaliados na pesquisa fatores como atividades de trabalho, necessidade de mão de obra, reorganização do trabalho da família e percepção de vantagens na adoção do sistema.
Segundo Ricardo Eugênio Pinheiro, extensionista do Incaper e responsável pela implantação das UPPs, outro objetivo central é ampliar os conhecimentos ténicos-científicos de pesquisadores, professores, bolsistas, extensionistas e agricultores, com o envolvimento da rede de pesquisa em cultivos arborizados. Em meio à pandemia de Covid-19, a elaboração e organização do projeto precisou se adaptar para o andamento das ações. O extensionista acrescenta que os profissionais envolvidos realizam encontros virtuais periodicamente para o intercâmbio das informações técnicas.
A técnica de cafés arborizados consiste na junção do cafeeiro à árvore, o que traz benefícios como melhoria das condições do solo e maior longevidade da cultura. A redução da necessidade de capinas e o amadurecimento mais lento do fruto são outras vantagens que resultam na produção de grãos maiores e mais uniformes.
“Com o cultivo arborizado, os grãos podem se tornar de maior qualidade e, consequentemente, terem maior valor no mercado. O produtor tem o benefício de produzir um café melhor e mais rentável e o meio ambiente também ganha com as vantagens que a técnica traz para o solo”, destaca Ricardo.
O projeto de pesquisa é desenvolvido pelo Incaper em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Além da implantação das UPPs, o projeto propõe outras quatro soluções para inovação: Gestão do Projeto, Sistema Agroflorestal (SAF) Pacotuba, Café Arábica e Juçara e Seleção de Genótipos.
As informações são do Incaper.