No dia 05 de outubro acontece o primeiro painel do III Simpósio Brasileiro de Manejo Biológico da Cultura do Café, com um debate sobre o controle biológico dos nematoides na cultura do café.
O evento, que acontece no espaço Villa Eventos (Rodovia Eng. Ronan Rocha, 19304), em Franca (SP), e irá reunir especialistas e produtores, nos 5 e 6 de outubro, para debater as práticas mais sustentáveis na cultura do café.
Os nematoides são pequenos vermes que atacam as raízes do cafeeiro. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Biológico, uma estimativa aponta que a produtividade do café pode ser reduzida em torno de 20% devido à ação dos vermes. Por isso, é importante o cafeicultor ter atenção aos manejos preventivos para que a população de nematoides não fique fora de controle.
O pesquisador do Incaper ES (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural), Inorbert de Melo Lima, será um dos palestrantes do painel e irá propor uma reflexão sobre as atuais práticas e incentivo a uma maior consciência ambiental no manejo do café, baseada na opção pela utilização dos insumos biológicos e, quando necessário, no uso consciente do químico.
“Sabemos que, muitas vezes, o produtor é levado ao uso do nematicida químico pela sua praticidade, tendo em vista que este produto proporciona resultados mais imediatos. Porém, a maior conscientização ambiental e a exigência de mercado, fez com que houvesse a intensificação do uso de biológicos, que hoje representam 85% no manejo de café. Mas, o que quero propor no evento é a reflexão sobre a fidelização nesse uso do biológico e, nesse sentido, é preciso que o produtor mude sua mentalidade e postura”, enfatiza o pesquisador.
Para Inorbert, essa conscientização junto aos produtores por uma cultura mais sustentável está se intensificando, inclusive nas novas gerações, que tendem a utilizar os insumos biológicos. Porém, o pesquisador ressalta que há diferentes situações: alguns patógenos podem ser controlados perfeitamente apenas com os biológicos; para outros, porém, é necessário que, em um primeiro momento, haja a utilização de insumos químicos como ‘tratamento de choque’ e depois a continuidade com os biológicos.
“Alguns nematoides podem causar a mortalidade prematura da planta, por isso, para não chegar a essa perda, o produtor precisa fazer o uso consciente do químico e depois retomar com os biológicos”, explica.
Dentre os principais benefícios do uso dos insumos biológicos na cultura do café, Inobert pontua a estruturação e manutenção da vida do solo, já que o mesmo tem em sua constituição aspectos físicos, químicos e biológicos. “O uso de controle biológico precisa estar atrelado a uma mudança de comportamento, para que o cafeicultor entenda o solo como vida”. Além disso, ressalta a questão da segurança, já que o manejo biológico não apresenta riscos e não causa desequilíbrios ao ambiente. E como mais um fator favorável, a demanda global pelo uso de biológicos, o que possibilita a oferta de um produto mais seguro e sustentável.
Inorbert pontua ainda a importância de reunir pesquisadores e produtores em um evento de compartilhamento de ideias para otimizar as práticas na atividade que possam estar em equilíbrio com o ecossistema. “Essa multiplicidade de ideias ajudará na formulação e renovação de ideias. São apresentados conceitos de diferentes áreas e, reunidos no mesmo espaço, diferentes pontos de vista, sendo que ‘cada ponto de vista é a vista de um ponto’. As pessoas estão ali querendo ouvir essas informações, além de trazer opiniões e trocar experiências”, destaca.
As inscrições podem ser realizadas pelo link Simpósio Brasileiro de Manejo Biológico da Cultura do Café em Franca - 2022.