Pela primeira vez, a Global Coffee Platform (GCP), a Rainforest Alliance/UTZ e a Solidaridad organizaram experiências de intercâmbio de plataformas nacionais com participantes da Nicarágua, Honduras e Colômbia. O evento aconteceu entre 17 e 19 de julho, em Bogotá.
Os participantes desses países compartilharam seus contextos e desafios na criação de espaços bem-sucedidos e multi-atores na produção sustentável de café. Os principais desafios identificados foram: instabilidade de preços, mudanças climáticas, falta de engajamento na nova geração, falta de força de trabalho, baixa lucratividade e falta de resiliência das famílias do café.
Aura Lila Sevilla Kuan, coordenadora do Comitê Executivo da Plataforma de Café Sustentável da Nicarágua (Nicafe) e presidente da Aliança de Cafeicultores da Nicarágua (ANCN), diz que a experiência foi inspiradora. “Apesar das fraquezas em termos de instituições, governança e aspectos organizacionais internamente, é muito positivo que estamos avançando no processo, especialmente aprendendo com outros países, instituições e organizações mais fortes no setor”, disse Kuan.
De acordo com relatos da mídia, a agitação política da Nicarágua foi prorrogada por quase três meses, afetando todas as atividades no país, incluindo exportações de produtos agrícolas e turismo. O Banco Central estima uma perda de US$ 230 milhões de receita cambial.
Aprender a construir instituições mais fortes por meio da NICAFE, uma plataforma multilateral na Nicarágua que foi lançada em novembro de 2017, tem sido de especial interesse para o setor cafeeiro deste país. Durante 2016/2017, a Nicarágua exportou 2,29 milhões de sacas de café de 60 quilos, o que representou US$ 486.435.028 de divisas.
Fausto Rodríguez, co-diretor da Rikolto na Centro América, uma organização internacional não governamental que apoiou a iniciativa do Nicafe, expressou que a necessidade de mais "esforços coletivos e ações entre plataformas na região foi positivamente destacada pelos representantes", como foi fortalecer as organizações cafeeiras na competitividade, capacitação e colaboração com outros países.
Para Juan Francisco Martínez, representante da Rainforest Alliance na Nicarágua e coordenador do Programa de Parceria Setorial na América Central, a soma dos esforços coletivos garante a aprendizagem no desenvolvimento de plataformas em todo o país.
Agora, os membros de cada nação precisam adaptar essas experiências aos seus próprios contextos. "O desafio é identificar as lacunas existentes para criar e facilitar um sistema sustentável com colaboração pública e privada, onde todos os atores da cadeia de valor estão representados", diz Martínez.
A delegação hondurenha foi integrada pela Comissão Nacional do Café, Ahprocafé, Cohonducafé, Codexa, CHPP, e organizações governamentais e privadas interessadas em construir a plataforma nacional para gerar maior impacto.
Rubén Gallozzi, representante da Rainforest Alliance/UTZ em Honduras, uma organização internacional sem fins lucrativos e programa de certificação, diz que apesar de levar cinco anos para consolidar a plataforma colombiana, mais membros estão se juntando para ver os benefícios. "É importante ter clareza sobre o propósito de sua criação e quais tópicos serão abordados, pois o principal objetivo é produzir café sustentável para compradores exigentes", diz Gallozzi.
Organizações do setor cafeeiro colombiano, incluindo Ángela Peláez, da RGC Coffee; Daniel Ardila, da Carcafe; Mauricio Galindo, da Rainforest Alliance/UTZ Colombia; e Gustavo Gómez, da Asoexport, também compartilharam com as delegações sobre as iniciativas em sustentabilidade que promovem ou financiam o café.
As informações são do https://gcrmag.com / Tradução Juliana Santi