O Brasil é um dos grandes produtores e exportadores mundiais de café: de acordo com entidades do setor, 44,94 milhões de sacas foram produzidas em 2017, com 30 milhões exportadas. E os cafés mineiros são destaque: o estado é responsável por 28,14 milhões de sacas anuais enviadas ao exterior. Neste ano, cafés mineiros com selo de procedência registraram marcos, em nova demonstração da aceitação do produto por diversos países.
Em abril, mês em que comemorou 21 anos de fundação, a Associação dos Produtores de Café da Mantiqueira (Aprocam) celebrou a exportação de um novo container de café com selo de Indicação de Procedência (IP) da Região da Mantiqueira de Minas. A carga especial saiu de Carmo de Minas, no dia 19 de abril, indo para países como Austrália, Coreia do Sul, Estados Unidos, Inglaterra, Itália e Japão. Além disso, a associação ainda registrou a aplicação de 100 mil selos de origem em sacas e caixas.
Todos os cafés que recebem a marca da Região da Mantiqueira de Minas têm origem e qualidade controladas e nota mínima de 83 pontos, de acordo com a metodologia SCAA –Specialty Coffee Association of Americ. “Só no Brasil, cerca de 70 mil embalagens com o selo de Indicação de Procedência de cafés torrados e moídos foram distribuídas em cafeterias, empórios, supermercados, perpetuando a cafeicultura de nossa região”, avalia o presidente da Aprocam, Antônio José.
Desde 2010, o Sebrae Minas desenvolve um projeto de posicionamento da região como produtora de cafés de origem, com o objetivo de aumentar a relevância do produto. Segundo a analista do Sebrae Minas na Mantiqueira, Ticiana Lopes, são desenvolvidas ações de capacitação e orientação aos produtores sobre o processo de melhoria da qualidade, governança e identidade, além de oferecido suporte para que eles acessem mercados internos e externos. “Temos uma programação anual, permitindo a promover, continuamente, a evolução da cafeicultura local, gerando reconhecimento e novas oportunidades de negócios”, diz.
Na Zona da Mata
Em fevereiro, o Sítio Bela Vista, em Alto Jequitibá, exportou o primeiro container de café com selo da Região das Matas de Minas para a Europa. Ao todo, 500 sacas de 30 kg foram encaminhadas para Portugal, de onde serão distribuídas para outros países do continente. A produção é de um único cafeicultor.
Outros dois produtores da região seguiram o exemplo e já fizeram a solicitação de uso do IP. Todos os cafés que receberão a marca da Região das Matas de Minas têm origem e qualidade controladas, sendo da variedade arábica e com mínimo de 80 pontos segundo a metodologia SCAA.
Assim como no Sul do estado, o Sebrae Minas realiza o projeto de Agronegócios Café das Matas de Minas desde 2011, para desenvolver a cafeicultura na região, valorizando o produto local, organizando as ações dos produtores e abrindo mercados. Segundo a analista do Sebrae Minas em Manhuaçu, Ereni Constantino, o projeto abrange ações de capacitação e orientação ao produtor sobre o processo de melhoria da qualidade, governança e identidade e ações que possibilitem aos cafeicultores o acesso aos mercados interno e externo.