O aumento nos futuros do robusta vai continuar, disse o Rabobank, também devendo haver aumentos sobre os premiums por grãos arábica de alta qualidade. O banco, que disse em novembro que a previsão é de que a produção mundial de café excederia o consumo em 3,7 milhões de sacas em 2016/2017, agora disse que a previsão é de um déficit na produção de 700.000 sacas.

A revisão refletiu cortes nas previsões de produção para café arábica e robusta, em parte devido às reduções nas expectativas da colheita brasileira feita no mês passado.

Entretanto, embora dizendo que agora esteja menos pessimista com relação às previsões de produção de arábica, aumentando sua estimativa para a próxima colheita em 800.000 sacas, com relação à previsão do mês passado, para 40 milhões de sacas -, o banco alertou que a sombra gerada pela seca sobre a produção de robusta pode durar até 2017/2018.

“Após um janeiro úmido, as chuvas foram escassas nas áreas de produção de robusta no Brasil em fevereiro e março, reduzindo qualquer expectativa de recuperação e limitando o potencial para a próxima colheita de robusta (2017)”, disse o analista do Rabobank, Carlos Mera. “A baixa colheita de robusta, junto com a menor colheita da Indonésia, deve criar um mercado apertado nos próximos nove meses”.

Isso seria evidente em uma nova valorização nos futuros de Londres, que para contratos melhor comercializados de julho aumentaram em mais de 11% com relação à baixa do final de fevereiro, após cair em mais de 2% na quarta-feira.

“Os preços do robusta deverão continuar aumentando um pouco nos próximos meses”, disse Mera. “Os fundamentos estão particularmente apoiadores dos preços do robusta”, que poderão atrair mais suporte se a seca nas áreas de produção de café do Vietnã, maior produtor da variedade, não aliviar nas próximas duas a cinco semanas.

O Rabobank disse que previu uma colheita de 28,6 milhões de sacas considerando que as “chuvas retornarão em breve”.

O banco está otimista com relação aos premiums dos arábicas especiais também, dizendo que o crescimento na demanda dos Estados Unidos por grãos gourmet, onde eles levaram a um crescimento anual de 13,2% nas vendas totais de café de outubro a dezembro.

O padrão de consumo “aponta para um crescimento de longo prazo na demanda por cafés especiais”, disse Mera, acrescentando que esse apetite não foi respondido pelo lado da produção, com os valores por grãos de alta qualidade muito baixos para impulsionar a produção. “O alto diferencial do café arábica fino chegou para ficar e se tornará o novo normal em um futuro previsível”.

As informações são do Agrimoney/ Tradução por Juliana Santin