A liberação dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) aos agentes financeiros na safra 2020/2021 fechou, até 31 de dezembro de 2020, em R$ 3,666 bilhões, segundo o Conselho Nacional do Café (CNC) verificou com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Considerando que o montante contratado pelas instituições, no ciclo atual, soma R$ 5,318 bilhões até o momento, o volume liberado representa 68,93%. É válido recordar que, para a temporada cafeeira 2020/2021, o Funcafé disponibiliza um total de R$ 5,710 bilhões.
Do volume repassado, R$ 1,432 bilhão foram destinados à Comercialização, o que corresponde a 64,8% do disponibilizado para esta linha; R$ 1,210 bilhão para Custeio (75,6%); R$ 547,9 milhões ao Financiamento para Aquisição de Café – FAC (49,3%); e R$ 475,9 milhões para Capital de Giro (75,5%).
Na última quinta-feira (14), o Mapa assinou um contrato com o Citibank, credenciando a instituição a operar os recursos do Funcafé na safra corrente. Conforme apuração do CNC, com a assinatura de mais esse contrato, o volume do Fundo disponibilizado a 31 agentes financeiros chega a R$ 5,318 bilhões, ou 93,1% do total de R$ 5,710 bi. A contratação do volume restante (R$ 392,5 milhões) depende da apresentação de demanda por parte do Santander, que tomou parcialmente seus recursos.
Safras 2020 e 2021
Nesta semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atualizou sua estimativa para a safra 2020 de café no Brasil, apontada pelo órgão em 61,7 milhões de sacas de 60 kg. A produção de café arábica do Espírito Santo — maior produtor nacional de canéfora (conilon) — teve o crescimento mais expressivo para essa variedade, de 49,1% frente a 2019, saltando para 3,761 mi de sacas.
"Apesar do destaque em termos percentuais, o volume de arábica capixaba ainda é baixo no universo total de 48,3 mi de sacas da variedade produzidos em 2020. Entretanto, é válido enaltecer que o produto do Estado é dotado de altíssima qualidade", analisa Silas Brasileiro, presidente do CNC.
Segundo ele, a entidade segue no aguardo do anúncio do primeiro levantamento da safra 2021 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), previsto para a próxima quinta-feira (21). "Com base nos números da estatal, poderemos ter uma avaliação quantitativa das perdas que ocorrerão devido ao impacto da estiagem e das altas temperaturas no cinturão produtor entre agosto e outubro de 2020, o que servirá de base para o desenho e a implementação de políticas necessárias para a proteção da renda dos cafeicultores", comenta.
Silas Brasileiro pontua que o CNC pretende, àqueles produtores que sofrerem perdas significativas na safra 2021/2022 em função das adversidades climáticas, apresentar, tempestivamente, as melhores propostas que viabilizem a recuperação de seus cafezais e a continuidade, de forma rentável, na atividade.
“O primeiro passo que demos nesse sentido foi o apoio ao pleito apresentado pelo presidente da Comissão Nacional do Café da CNA, Breno Mesquita, para a elevação do volume de recursos à linha de financiamento de Recuperação de Cafezais do Funcafé, que foi aprovado no final de 2020”, completa.
As informações são do CNC.