As baixas precipitações, observadas desde a segunda quinzena de março até a segunda quinzena de outubro, já comprometeram severamente a safra de 2021. A esta altura é possível notar a ocorrência da terceira florada das lavouras cafeeiras e, assim como as anteriores, sob situação de déficit hídrico muito elevado. Uma frase muito usada na cafeicultura e que reflete a atual realidade é: “lavouras cafeeiras aguentam seca, o que não aguentam é pouca água”.
No ano de 2020, foi possível observar pequenos eventos de chuva no final de agosto, no final de setembro e em meados de outubro. Entretanto, ao que tudo indica, estas chuvas não foram suficientes para garantir a boa abertura e o pegamento das floradas, o que explica o caótico cenário observado nas lavouras de arábica do Brasil. Mesmo com baixas precipitações, atreladas ao tempo nublado, estas estimularam o desenvolvimento de pelo menos três floradas significativas e principais no Brasil.
De um modo geral, as floradas abriram nessa situação de déficit hídrico severo e, como consequência, houve intensa queima de botões florais e baixo pegamento das flores. Muito se ouve que há de se aguardar as chuvas do final de outubro e começo de novembro para saber o que acontecerá, entretanto, não: não é necessário aguardar mais nada, haja vista que as três principais floradas das lavouras cafeeiras já ocorreram e, em sua grande maioria, sob situação de estresse hídrico acentuado.
O que tem que ser mensurado de agora em diante é a quantificação das perdas. Sabe-se que em algumas regiões as perdas foram maiores e, em outras, menores, porém, no quadro geral, a produção de 2021, naturalmente menor devido à bienalidade negativa, está ainda mais prejudicada pela situação de déficit hídrico elevado associado às altas temperaturas verificadas nos momentos das floradas.
As informações são da Fundação Procafé.