No dia 28 de agosto, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou, no Diário Oficial da União (DOU), mais cinco extratos de contratos para a operação dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), elevando para 25 o total de agentes que já assinaram com a Pasta para repassarem esse capital destinado à cafeicultura na safra 2019.
Para o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, a assinatura dos contratos por parte da ministra Tereza Cristina é resultado do trabalho que a entidade realiza junto ao Governo Federal ao longo dos últimos meses.
"Diante da demora para o lançamento do Plano Safra, fato que retardou o trâmite para o início da liberação dos recursos do Funcafé, mantivemos reuniões com o Mapa, que demonstrou conhecimento da realidade e também sua parceria com a atividade cafeeira, possibilitando que essas instituições pudessem, o mais rapidamente possível, disponibilizar o dinheiro aos cafeicultores e a nossas cooperativas", comenta.
O valor total do repasse até o momento é de R$ 4,256 bilhões. "O Funcafé conta, para aplicação na safra 2019, com um total de R$ 5,063 bilhões. Os R$ 807 milhões restantes desse orçamento deverão ser repassados muito em breve a outros 10 agentes credenciados, conforme nos comunicou o Governo Federal", revela Silas.
O presidente do CNC orienta produtores e cooperativas a contatarem suas instituições para fazer a tomada do crédito. "Com os recursos do Funcafé podemos nos programar e diluir as vendas, aproveitando os picos do mercado e não nos vendo obrigados a comercializar em momentos de pressão", explica.
Cenário de melhoras
Silas comenta que estar dotado dos recursos para melhor negociar a colheita é fundamental atualmente, já que o cenário cafeeiro poderá ter preços recuperados em breve. Reforça esse sentimento apontando algumas projeções que instituições vêm divulgando recentemente.
“O Rabobank estimou que, com o aumento da demanda pela variedade e perspectivas para as safras da América Central e Brasil, prevê um déficit de 5,5 milhões na safra 2019/2020 do café arábica. Mesmo considerando o aumento previsto para a safra de canéfora, o déficit total na safra mundial de café será superior a 4 milhões de sacas”, expõe.
Segundo Silas, chuvas em períodos praticamente invertidos, ocorrência de geadas em algumas áreas do cinturão e os tratos culturais reduzidos em função da descapitalização do produtor afetaram a qualidade da safra atual e impactarão a próxima.
As informações são do CNC.