Por conta do clima extremo, que reduziu drasticamente as colheitas, os produtores de café da região central do Quênia estão tendo menores ganhos em comparação com a estação anterior. Uma mistura de chuvas e frio, seguido de seca, vem reduzindo os ganhos dos produtores quenianos neste ano.


                               Foto: Alexia Santi/Agência Ophelia

Embora a Diretoria do Café ainda não tenha divulgado dados para a safra de 2016/2017, que termina em outubro, as últimas estatísticas indicam que as condições de seca prolongadas prejudicam os rendimentos.

Com base no relatório preliminar do Ministério da Agricultura, Pecuária e Pescas, as entregas dos produtores do condado de Nyeri caíram em pelo menos 14,8 milhões de kg de café em comparação com a safra anterior.

Na safra de 2015/2016, Nyeri, que possui o maior número de pequenos cafeicultores do país, registrou 35.902.046 quilos. No ano cafeeiro anterior, foram registrados 21.060.572 quilos. O café do condado é amplamente procurado no mercado global.

Contagem de perdas

Ainda há mais entregas a serem feitas entre agora e agosto, período conhecido como ‘colheita de moscas’, mas, como observa o executivo da agricultura de Nyeri, Robert Thuo, é muito pouco café esperado para fazer qualquer mudança significativa nos dados preliminares.

Em Murang’a a história é a mesma, ainda que os números de produção não tenham sido divulgados. “Nossa produção caiu cerca de 50%. Os produtores estão contando perdas, embora o pagamento seja bom em comparação com outros anos”, disse o presidente da União Cooperativa dos Produtores de Murang’a, Francis Ngone.

Em Kirinyaga, houve uma queda de 15% na produção e, segundo o responsável pela Agricultura, Ngundo Warui, é apenas uma leve mudança.

O relatório inicipal para Nyeri mostra números chocantes em que algumas sociedades apresentaram produção inferior a 50% em comparação com as duas safras anteriores. A Othaya Coffee Farmers Cooperative, por exemplo, que tem mais de 15.000 membros e 17 processadoras, registrou 1.764.806 quilos de café sendo que, no ano cafeeiro anterior, a mesma havia registrado 4.355.603 quilos.

A safra de 2015/2016 foi boa para os cafeicultores, quando o país registrou um aumento na produção. Já na safra de 2014/2015, por conta do clima desfavorável, os produtores de Othaya colheram menos, 3.175.603 quilos de café. “Em 2016, nós registramos chuvas em janeiro e fevereiro, que começaram em novembro do ano anterior, isso interferiu na floração do café”, explicou James Gathua, presidente da Othaya Farmers’ Cooperative Society.

Isso foi seguido por geadas a partir de maio, quando as cerejas para a principal safra em novembro estavam se formando. Segundo ele, os produtores não tinham nada para colher naquela estação. A geada, que continuou até julho, desencadeou o desenvolvimento de antracnose dos frutos do cafeeiro (Coffee Berry Disease – CBD), resultando na queda dos frutos de café.

Othaya, ao contrário de outras áreas de cultivo de café em Nyeri, tem o clima frio. As cerejas começam a se formar em maio para a principal colheita, que acontece no final de outubro.

As informações são do https://allafrica.com / Tradução Juliana Santin