Por Gabriela Kaneto
Está sendo realizado nesta quinta-feira (8), de maneira virtual com transmissão via YouTube, o Fórum SuperAgro. Organizado pela Exame, o evento contou com a participação do Governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Gustavo Junqueira, no painel “Como o Estado de São Paulo incentivará o agronegócio em 2021 e 2022”.
Sobre o tema, Gustavo Junqueira destacou alguns projetos criados pelo Governo do Estado para conectar a cidade ao campo. “No caso do agro, nós temos o programa Cidadania no Campo, que busca levar o mesmo nível de cidadania que nós temos nas cidades para o campo. Isso passa fundamentalmente por um trabalho de tecnologia. Desde o início, o Governador tem liderado processos onde o Estado fica mais eficiente pela implementação de tecnologia. Nós fizemos uma parceria com o Google, em 2019, para que fosse feito todo o endereçamento de propriedades rurais no Estado de São Paulo, que são 350 mil propriedades. Isso é importante para a segurança, ganho de eficiência na logística, mas, fundamentalmente, para que a gente possa integrar os mercados e fazer tudo que a gente faz de grande nas cidades, no campo”, explicou.
O Secretário de Agricultura e Abastecimento também destacou o mapeamento digital de todas as estradas paulistas e o cadastramento de pequenos produtores rurais e supermercados a uma plataforma digital. “Há todo um programa de conectividade no campo, porque nada disso funcionará se não tiver uma ligação. Então começa um projeto dentro da Secretaria de Agricultura com o setor privado, que é o Conectar Agro, liderado pelo Governo para que a gente tenha conectividade no campo”, disse.
Relações entre o Brasil e o exterior
Em relação à crise de reputação brasileira quanto ao meio ambiente, que acaba tendo relação com o agronegócio, João Doria disse: “Apesar de nós termos a Ministra Tereza Cristina fazendo um esforço louvável, eu reconheço isso, é muito difícil um esforço isolado dentro de um Governo desconectado”.
Ele também comentou que o Brasil vive hoje a sua pior imagem internacional de toda a história e como a incapacidade de articulação internacional do Governo Federal impacta nos estados. “Os estados brasileiros que são fortes produtores do agro, e eu destaco São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, entre outros, acabam tendo que fazer individualmente suas políticas de posicionamento de imagem para defender o setor privado no agro, o que dificulta muito. Melhor seria se tivéssemos um País organizado, disciplinado, onde o pacto federativo fosse respeitado e pudéssemos caminhar juntos na defesa do agro e principalmente na imagem internacional para ampliar as nossas exportações”, disse.
No painel, Doria anunciou que o Estado irá inaugurar, em junho deste ano, um escritório de desenvolvimento comercial em Munique, na Alemanha, com o objetivo de apoiar todos os setores da economia de São Paulo e, principalmente, impulsionar a exportação agro para os países europeus. Ele também afirmou que, em novembro, programa um novo escritório nos Estados Unidos. Vale lembrar que os Estados Unidos são o principal destino dos cafés brasileiros, com a importação de 1,3 milhão de sacas em fevereiro deste ano, de acordo com os dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). A Alemanha é o segundo principal importador do grão, com a aquisição de 1,2 milhão de sacas no mesmo período. Veja mais aqui.
Tecnologia no campo
Sobre a questão da conectividade e das novas tecnologias no campo, como a internet, Doria comentou que o assunto é tratado como prioridade no Governo de São Paulo: “Nós continuamos investindo na conectividade, ainda mais agora em tempos de pandemia, o campo está conectado e o produtor rural, micro, pequeno, médio e grande estão conectados, até pela necessidade de sobrevivência diante de uma pandemia que isolou e diminuiu o contato físico e tornou uma exigência fundamental a conectividade, seja na melhoria da produção, seja na venda, na comercialização do seu resultado”.
De acordo com Doria, o Governo Estadual tem um prazo de 24 meses (até o final de 2022) para que todo o campo esteja com “100% de conectividade”. Apesar do planejamento paulista, ele lembrou que o resultado também depende de esforços vindos do Governo Federal.
O que precisa ser feito para continuar o crescimento do agro em São Paulo?
Gustavo Junqueira pontuou que os desafios vão desde a infraestrutura, tanto de estradas quanto da parte digital, até a abertura de mercados internacionais e a imagem do meio ambiente. “Precisamos incorporar a nossa operação, cada vez mais, em um sistema de sustentabilidade. O Brasil precisa mostrar o que faz. Se nós pegarmos São Paulo como exemplo, nós somos, em termos de sustentabilidade, uma referência mundial. Nós temos 50% da produção de cana-de-açúcar e 50% de toda a produção de etanol do Brasil. Essas próprias usinas que fazem o cultivo da cana preservam as suas áreas de preservação permanentes e vão ampliar isso com o Programa Agro Legal. Além de produzir o etanol, produzem energia elétrica. Só no ano passado, nós produzimos 17.500 GW de energia/hora. É uma potência de sustentabilidade que poucos setores no mundo podem dizer”, destacou.
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