Diretor executivo da Organização Internacional do Café, OIC, José Sette, durante 1º Fórum de CEOs e Líderes Globais, em Londres afirmou todos os componentes da cadeia cafeeira devem colocar suas sugestões em prática. "Antes da próxima reunião do Fórum, todos têm de desenvolver planos de ações concretos a partir dessa declaração. Não queremos manter esse fórum apenas como palavras bonitas no papel", alertou.
A segunda edição do evento já está marcada para o ano que vem em Bangalore, na Índia. A ideia do encontro foi fortalecer os elos dos produtores com a indústria de torrefação internacional, algo que, segundo Sette, foi solicitada em caráter de "urgência". "Todos nós temos um grande trabalho a fazer", previu.
Participaram da Declaração de Londres empresas como Nestlé, Lavazza e Illycafé, entre outras, e associações representativas como Fairtrade International e Global Coffee Plataform. Na declaração, os autores do documento pediram para a OIC apoiar o Fórum, que visa estimular o consumo e a produção de café. "Foi isso o que fizemos", declarou Sette. "Queria agradecer a presença dos representantes do setor privado pelas discussões sobre a sustentabilidade da atividade no meio do momento que vivemos", concluiu.
Durante o Fórum foi feito uma proposta de Declaração de Londres, que prega uma produção mais sustentável de café no mundo e a necessidade de manter o mercado da commodity mais equilibrado, com o intuito de evitar quedas bruscas de preço.
As opiniões foram divididas, as propostas ainda serão detalhadas; metas para um ano serão apresentadas em novo encontro, na Índia -, mas países produtores se mostraram cautelosos em relação ao projeto.
Segundo a Agência Estado a Colômbia, por exemplo, disse que vai discutir as propostas internamente. Ruanda reagiu dizendo que o documento apresentado não mostrou um sentido de "urgência" para a resolução dos problemas do setor, que enfrenta um longo período de preços em queda. "Quando voltarmos aos nossos países, precisaremos dar respostas de nossa parte, precisamos de soluções tangíveis", afirmou representante do país.
"O documento traz um mapa do caminho, mas não existe solução mágica para um problema de grande complexidade como este", apontou o embaixador da Representação Permanente do Brasil junto a Organismos Internacionais (Rebraslon) em Londres, Hermano Telles Ribeiro. O desafio maior, segundo ele, recai sobre o grupo de países exportadores que está sendo penalizado. "Temos que olhar a declaração para ser examinada pelo conselho e considerar seu endosso por parte dos membros da OIC", conclui.
As informações são da Agência Estado