O II Fórum Mundial de Produtores de Café, realizado em Campinas (SP) nos dias 10 e 11/7, contou com a participação de representantes da indústria dos cinco continentes. Na ocasião, o gerente geral da Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia (FNC), Roberto Vélez Vallejo, reiterou seu pedido de um preço remunerativo para os cafeicultores.
"Não parece ético ou moral que uma indústria que está ganhando dinheiro pague aos produtores abaixo do custo de produção. Falta que parte da indústria entenda que esse é o desejo dos produtores de café", afirmou.
O gerente lembrou que o produtor é o elo mais fraco da cadeia, mas o mais necessário para sustentar no futuro. "Queremos que essa corrente se apresente ao mundo como o grande exemplo da sustentabilidade. É essa que comanda a economia em direção ao futuro e não ‘o mercado é o mercado’. Não estamos falando de lápis ou cadeiras, mas de seres humanos", ressaltou.
Roberto propôs especificamente a criação de uma cadeia de custódia do preço pago pelo café, para que uma proporção decente chegue ao produtor com eficiência e não permaneça na cadeia. Sugeriu, ainda, que a indústria pague pelo menos dois dólares por libra de café aos produtores, lhes permitindo cobrir seus custos de produção eficiente e obter um retorno.
"Um selo que damos aos países produtores para a indústria que está comprometida e disposta a pagar esses dois dólares e dar aos produtores a possibilidade de ter uma vida decente, de poder continuar o negócio adiante e passá-lo para a próxima geração", concluiu.
O Gerente Geral finalmente propôs que os países produtores captassem mais valor da cadeia através da criação, por exemplo, de um selo de café "torrado na origem" emitido por aqueles que processam a matéria-prima antes de ser exportada.
As informações são da FNC / Tradução Juliana Santin