O faturamento do café no Quênia deve cair em cerca de 3 bilhões de Xelim (US$ 28,6 milhões) este ano, devido ao aumento da oferta no mercado global. A Autoridade Agrícola e Alimentar (AFA) do país disse que a acentuada produção do Brasil, Vietnã e Etiópia reduziu os preços.
No entanto, a AFA apontou que o aumento do consumo local, a identificação de mais mercados especializados em café e a criação de transparência e responsabilidade no sistema de pagamento, protegeriam os produtores dos choques do mercado global.
"É provável que testemunhemos uma queda nos ganhos totais de 23 bilhões de Xelim (US$ 219,5 milhões) no ano fiscal de 2017/2018 para 20 bilhões de Xelim (US$ 190,9 milhões) no ano cafeeiro deste ano", afirmou a chefe da diretoria do café na AFA, Isabella Nkonge, em Mombasa.
De acordo com a Nairobi Coffee Exchange (NCE), um quilo de café na semana passada foi negociado a 203 Xelim (US$ 1,93), ou 10.199 Xelim (US$ 97,36) por saca de 50 kg.
Especialistas em comércio de café de 12 países africanos, reunidos em Mombasa, disseram que os agricultores devem ser protegidos do errático mercado global, aumentando o consumo local e explorando novos mercados.
Exploração de agricultores
Os especialistas se reuniram para planejar a 18ª Conferência e Exposição de Cafés Finos da África, programada para fevereiro do próximo ano.
De acordo com o presidente da Associação Africana de Cafés Finos, Ishak Lukenge, a conferência irá, entre outras coisas, deliberar sobre como acabar com a exploração dos agricultores.
"Levará muito tempo para lidar com a sensação de que os agricultores estão sendo explorados, mas estamos determinados a fazê-lo. Também queremos acabar com o comércio triangular no setor e promover o consumo local", disse Lukenge.
As informações são do Standard Digital / Tradução Juliana Santin