Colaboradores do Cepea apontam que as primeiras grandes floradas de arábica ocorreram na semana passada em Garça (SP) e no Noroeste do Paraná, por conta das chuvas ocorridas no início do mês. Ainda é cedo para avaliar quais são os impactos da floração na safra 2020/2021, já que as demais regiões não registraram abertura de flores na mesma proporção que nos dois estados.
Após as chuvas no começo de setembro, as precipitações se tornaram mais escassas. Este fator, combinado com as temperaturas elevadas, pode prejudicar o pegamento e o desenvolvimento do grão na safra 2020/2021.
Segundo o Cepea, por enquanto, os solos estão com bons níveis de umidade em Garça e no Noroeste do Paraná, o que pode “segurar” as floradas por algumas semanas. Para garantir o melhor pegamento das flores, no entanto, é preciso que o retorno das chuvas ocorra até o final deste mês.
Quanto os demais produtores de arábica, a volta das precipitações é necessária para a abertura de floradas significativas. Caso a baixa umidade e a alta temperatura persistam até outubro, as poucas flores abertas podem ser abortadas, limitando a produtividade da safra do ano que vem.
De acordo com a agência meteorológica Climatempo, até o dia 30 de setembro, volumes significativos de chuvas são previstos apenas para Patrocínio (MG), no Cerrado Mineiro, e Franca (SP), na Mogiana, de 43 mm e 33 mm, respectivamente.
As regiões produtoras de canéfora também seguem atentas ao clima. No Espírito Santo, apesar de ser desejável o retorno de chuvas volumosas, a irrigação e as precipitações pontuais têm permitido desenvolvimento satisfatório para a próxima safra.
Já em Rondônia, cafeicultores estão mais preocupados uma vez que a baixa umidade e as elevadas temperaturas registradas nos últimos dias podem afetar o pegamento das flores abertas na última semana.
Segundo a Climatempo, para os próximos dias, no entanto, há previsão de chuvas para os dois estados. Para esta segunda quinzena de setembro, são previstos 23 mm para Cacoal (RO) e, para as regiões capixabas de São Mateus e Linhares, 90 e 100 mm, respectivamente.
As informações são da Agência Estado, com base nos dados do Cepea (pesquisa Dra. Margarete Boteon, Laleska Moda, Renato Ribeiro e Fernanda Geraldini).