Em coletiva realizada no último dia 15, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) avisou: o mercado cafeeiro nas regiões da Ásia e da Oceania vem crescendo sensivelmente. Os dois continentes exportaram em 2017: 5,9 milhões de sacas de 60 kg de café brasileiro, cerca de 19% do volume de exportação nacional. O Japão sozinho é responsável por 6,8% do total.
Entre 2012 e 2016, o consumo de café nessa região do globo aumentou em 4,4%, contra uma média mundial de 1,6%. Não é por acaso que o Campeonato Mundial de Barista 2017 aconteceu na Coreia do Sul: somente na capital do país, Seul, existem mais de 18 mil cafeterias. O país inteiro conta com mais de 60 mil estabelecimentos, contra 13 mil lojas brasileiras. Foram 25 bilhões de xícaras de café consumidas em 2016, uma média de duas xícaras por dia, por pessoa.
Por enquanto, o maior consumidor da área é o Japão. O país era o segundo maior exportador em 2016 – posição que é ocupada, atualmente, pela Alemanha. Em 2017, a nação ficou em quarto lugar, com 2 milhões de sacas exportadas, com uma queda de 18,07% em relação às exportações do ano anterior.
O dado, no entanto, não deve causar alarme: dos 10 maiores exportadores de café brasileiro, apenas dois países tiveram variação positiva de volume de sacas entre 2016 e 2017. O sexto e o sétimo lugar da lista pertencem à Rússia e à Turquia, únicas nações euro-asiáticas da sequência. Os países exportaram mais de 900 mil sacas cada, aumentando o índice da troca comercial em 1,27% e em 7,53, respectivamente.
O estudo publicado pelo Cecafé ainda aponta três cenários possíveis de consumo mundial para 2030: o máximo, o mínimo e o intermediário. A expectativa oscila entre 191 milhões e 219 milhões de sacas de 60 kg e, segundo o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes, os mercados da Ásia e da Oceania terão participação nesse crescimento.
Para dar conta da demanda prevista, espera-se um aumento de safra de mais de 60 milhões de sacas: o equivalente à atual produção cafeeira no Brasil. Hoje em dia, o consumo de café no mundo extrapola a produção de cada safra. Para suprir a demanda, estoques de anos anteriores são utilizados.