Segundo a indústria de café solúvel do Brasil, 2018 pode alcançar o recorde batido em 2016, já que a perspectiva é de uma safra volumosa. É esperado que o mercado seja recuperado e as exportações elevadas, após um 2017 difícil por conta das grandes perdas de safra capixaba por conta da seca.
Como o Espírito Santo é o maior estado produtor de conilon, variedade usada na produção do produto, o Brasil obteve um menor volume interno, perdendo negociações para concorrentes como a Ásia devido à dificuldade de obter matéria-prima no mercado a preços adequados. Atualmente, as cotações da variedade estão em torno de R$ 320, enquanto que em 2016 chegaram a R$ 550 a saca.
Segundo Pedro Guimarães, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), o setor está otimista com a possível recuperação. “As exportações têm todo o potencial para voltar aos níveis de 2016. Não vai faltar café, principalmente conilon. Não haverá concorrência com a torrefação, mesmo que queiram aumentar a variedade no blend”, afirmou.
No ano recorde de 2016, as exportações brasileiras chegaram a 3,87 milhões. Em 2017, houve uma queda de 10,6%, baixando este número para 3,46 milhões de sacas. Conforme dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), com o declínio, foi encerrado um ciclo de aumento nos embarques, que vinha sendo registrado desde 2014.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), este ano, a produção geral brasileira pode chegar a um recorde de 58,51 milhões de sacas, sendo 44,55 milhões de arábica e 13,96 milhões de café conilon. Com este possível aumento de 30%, em comparação ao ano passado, 2018 poderá ser um ano de bienalidade positiva nas lavouras do País.