O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou em um relatório que por conta de uma oferta doméstica menor, as exportações de café verde no Brasil caíram 8,5% na safra 2017/2018, para 26,83 milhões de sacas de 60kg, menor nível desde 2011/2012.
Nelson Carvalhaes, presidente do Conselho, afirma que o ano que passou foi atípico em razão de um recuo na produção, o que refletiu nas exportações.
No último ciclo, o Brasil embarcou 26,16 milhões de sacas de café arábica, um recuo de 10% ante 2016/2017. Também foram exportadas 670,84 mil sacas de robusta, apresentando um forte aumento de 140,9% na comparação com a safra anterior, que ainda sentia os efeitos de secas no Espírito Santo, principal produtor nacional da variedade.
Para o exterior foram vendidas 3,44 milhões de sacas, uma baixa de 7,6%. Considerando os embarques totais, entre grãos verdes e cafés industrializados, as exportações do Brasil fecharam a temporada em 30,3 milhões de sacas, queda de 8,4%, com receita de 4,86 bilhões de dólares (menos 14,3%).
Para Carvalhaes, o desempenho poderia ter sido cerca de 5% melhor, não fosse a forte redução na oferta do café conilon, causada por conta do clima, que afetou as safras 2014/15 e 2015/16, antes da estiagem no Espírito Santo, o Brasil chegou a embarcar mais de 4 milhões de sacas desse tipo de café.
“A queda na produção criou uma expectativa junto aos produtores que resultou na elevação de preços, ficando em patamares superiores aos praticados pelo mercado internacional e inibindo a exportação”, afirmou o presidente do Cecafé.
As exportações brasileiras de café na safra 2017/18 foram impactadas tanto pela menor produção, uma vez que a colheita do ano passado foi de bienalidade negativa para o arábica, quanto pelos protestos dos caminhoneiros. Em maio, o Brasil deixou de embarcar até 500 mil sacas, e as vendas fecharam o mês no menor patamar em 14 anos, segundo o Cecafé.
O Cecafé prevê uma recuperação nas exportações da safra 2018/2019, para 35 milhões de sacas, incluindo café verde, solúvel, torrado e moído. “Diante das estimativas para a próxima safra, que indicam um número recorde de 58 milhões de sacas, segundo a Conab, devemos fechar o ano civil com uma boa performance e, certamente, vamos recuperar o espaço perdido no mercado consumidor no exterior”, destacou Carvalhaes.
As informações são da Agência Reuters.