As vendas de café de Honduras, principal exportador de grãos da América Central, cairiam em até 11% em relação à previsão para a safra 2018/2019. Segundo um representante do setor, o déficit seria devido ao abandono de fazendas e contrabando para países vizinhos, por causa dos baixos preços dos grãos no mercado mundial.
Honduras previu para a safra 2018/2019 uma exportação de 8,1 milhões de sacas de 60 quilos, por conta de fatores como a entrada em produção de novas áreas de cultivo e uma melhora na produtividade. Mas, de acordo com Omar Fúnez, gerente técnico do Instituto Hondurenho do Café (Ihcafe), este volume poderia cair para entre 7,2 milhões e 7,6 milhões de sacas.
"Há produtores que preferiram não levar a colheita e outros que são contrabandeados para fora do país por causa dos baixos preços", disse ele à Reuters, explicando as razões da queda nas projeções de crescimento.
Os países produtores de café estão sendo atingidos por uma queda acentuada nos preços do mercado mundial. "Há café contrabandeado para Guatemala, Nicarágua e México, porque eles oferecem preços melhores do que aqueles em Honduras", completou Fúnez.
As exportações de Honduras ficaram, até segunda-feira (28), em 1.217.953,22 sacas de 60 quilos na safra atual, ante 1.569.733,93 sacas na safra anterior de 2017/2018. Segundo dados do Departamento de Marketing do Ihcafe, foi uma queda de 22,4%.
Fúnez advertiu que os baixos preços do café se refletiriam na disseminação de ferrugem e da broca, que atacam as plantações por conta da diminuição das tarefas de limpeza e adubação nas fazendas.
Honduras, como seus vizinhos centro-americanos e o México, está se recuperando de um ataque de ferrugem que afetou a região há quatro anos, atingindo o volume das exportações. O ano de colheita na área é de outubro a setembro.
As informações são da Reuters / Tradução Juliana Santin