Em julho, o Espírito Santo totalizou o embarque de 436 mil sacas de café, apresentando uma queda de 10% em relação ao mês anterior. Todos os tipos de café tiveram redução nos embarques.
De um mês para o outro, as quedas foram de 2% na exportação de canéfora (conilon), de 17% na exportação de café solúvel e de 40% na exportação de café arábica, evidenciando a fuga de cargas dessa espécie para portos no Rio de Janeiro e em Santos (SP), devido ao déficit de infraestrutura portuária do Espírito Santo, agravado pela crise logística mundial.
Os volumes registrados foram de 52 mil sacas de café arábica, 436 mil sacas de canéfora (conilon) e 38 mil sacas de café solúvel.
Comparando julho de 2021 com o mesmo mês do ano passado, os embarques totais caíram 27%. No acumulado do ano, as exportações capixabas de café somam 2,9 milhões de sacas, contra 3,4 milhões de sacas exportadas no mesmo período de 2020 (queda de 15%). A receita cambial obtida com as exportações de café foi de 42 milhões de dólares em julho deste ano e acumula 278 milhões de dólares em 2021.
Ao todo 57 países compraram os cafés capixabas em 2021. Os dez principais clientes do Espírito Santo neste ano são: Estados Unidos (16%), México (12%), Alemanha (7%), Colômbia (6%), Indonésia (5,8%), Argélia (4,9%), Argentina (4,9%), Turquia (4,8%), Espanha (4,7%) e Rússia (4,7%).
Segundo Márcio Cândido Ferreira, presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV), entidade que representa os exportadores de café do Espírito Santo, as altas cotações do café canéfora (conilon) e a redução da safra brasileira de café arábica deixaram o café conilon menos competitivo do que seu concorrente mundial, o robusta do Vietnã, justificando em parte a redução nos embarques desse café.
Para Márcio, mesmo com a alta nos preços do conilon, o volume poderia ter sido bem maior, uma vez que cerca de 20% a 30% do conilon já está sendo embarcado por outros portos, com possibilidade aumento desse percentual nos próximos meses. “O Espírito Santo precisa, com urgência, modernizar o seu parque logístico, principalmente para cargas em contêineres, para que as exportações de café continuem viáveis por esse estado, o que já não é o caso do café arábica, vide a queda, ano após ano, dos embarques dessa espécie”, conclui.
Mais informações: www.cccv.org.br
As informações são do Centro do Comércio de Café de Vitória.