Dados divulgados na última quinta-feira (13) pela Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apontam que as exportações do agronegócio alcançaram valores recordes no mês de dezembro e também em 2021.
Foram US$ 9,88 bilhões em dezembro, valor 36,5% superior aos US$ 7,24 bilhões de 2020. Em 2021, o total exportado com o agronegócio resultou em US$ 120,59 bilhões, alta de 19,7% em relação ao ano anterior.
Embarques em dezembro de 2021
O mês de dezembro de 2021 teve desempenho favorável devido ao forte aumento dos preços dos produtos exportados (22,5%) e, também, da expansão do volume destas exportações (11,4%).
Além dos preços elevados, houve recorde no volume exportado pelo Brasil no agronegócio (15,62 milhões de toneladas). De acordo com os analistas da SCRI, os destaques foram para soja em grãos (2,71 milhões de toneladas, aumento de 889,5%); farelo de soja (1,72 milhão de toneladas, aumento de 82%); celulose (1,64 milhão de toneladas, aumento de 28,8%); e carnes (667 mil toneladas, aumento de 3,3%).
Com este cenário, preços elevados e crescimento do volume exportado, a participação do agronegócio nas exportações brasileiras voltou a aumentar. Em dezembro de 2020, as exportações do agro foram responsáveis por 39,2% do valor total vendido ao exterior, e, em dezembro de 2021, a participação alcançou 40,6%.
Exportações em 2021
As exportações do agronegócio brasileiro somaram valor recorde em 2021: US$ 120,59 bilhões (+19,7%). Somente os meses de janeiro e fevereiro deste ano não registraram recordes, explicados pela forte queda da quantidade exportada de soja em grão nesses meses, em virtude do baixo estoque de passagem em 2020 e do atraso no plantio da safra 2020/2021 (seca), com posterior atraso nas áreas de colheita em decorrência das chuvas.
A partir de março, a soja em grãos é exportada influenciando no resultado total observado. O crescimento das exportações brasileiras do agronegócio ocorreu em função do aumento do índice de preços dos produtos (+21,2%), enquanto o volume embarcado se reduziu (-1,2%), conforme nota publicada pela secretaria.
Apesar do recorde nas exportações, as vendas externas de produtos do agronegócio representaram 43% das exportações brasileiras em 2021, participação 5,1 pontos percentuais inferior à verificada em 2020.
Café
Segundo os últimos dados divulgados no ano passado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a receita cambial com as exportações brasileiras de café teve um avanço para US$ 5,4 bilhões no acumulado até novembro de 2021, apresentando evolução de 5,9% na comparação com os ingressos obtidos em igual período de 2020. No mesmo intervalo, o volume embarcado recuou 10%, fechando os 11 primeiros meses deste ano em 36,3 milhões de sacas de 60 kg.
Segundo o presidente do Cecafé, Nicolas Rueda, o desempenho positivo da receita reflete um cenário de câmbio forte e os elevados preços internacionais do produto. “Temos vivenciado momentos de volatilidades muito altas no mercado, com as cotações se aproximando de níveis históricos em reais. O preço médio das exportações em 2021, de US$ 148,81 por saca, é o maior desde 2017. Aliado a isso, o dólar permanece fortalecido frente ao real, o que favorece o crescimento da entrada de recursos ao Brasil com as remessas cafeeiras”, explica.
Nos cinco primeiros meses da temporada cafeeira 2021/2022, o Brasil registra a melhor receita cambial dos últimos cinco anos. O país obteve US$ 2,6 bilhões com o envio de 15,3 milhões de sacas de julho a novembro, desempenho que representa alta de 4,4%, porém recuo de 24,5% em volume.
Nesta segunda-feira (17), o Cecafé divulgará o desempenho das exportações brasileiras de café em 2021 em coletiva de imprensa realizada às 16h.
As informações são do Mapa e Cecafé.