Simão Pedro de Lima, superintendente da Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocaccer), em entrevista ao portal de notícias G1, afirma que o café sofre com as especulações por ansiedades econômicas e as bolsas de valores acabaram por refletir este cenário. Além disso, o aumento da paridade cambial – relação dólar e real, resulta na elevação geral de todas as commodities, inclusive o café.
“Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município de Patrocínio é quem tem a maior área e produção de café no Alto Paranaíba, mas a cotação do preço da saca depende do cenário internacional. Além disso, a baixa dos preços do petróleo tem influenciado no valor do café, pois quem opera em bolsas buscam por commodities mais estáveis”, explicou.
Sobre a colheita provavelmente haverá um atraso nesta etapa, mas a expectativa é de uma grande produção. De acordo com Simão, se a safra for boa, também pode afetar a expectativa de preço. Ele explicou que nos dias atuais o valor de comercialização do produto é considerado bom. Mas com a entrada da safra o mercado pode reagir negativamente no sentido de preço, em função da oferta de café aumentar.
“O produtor está torcendo para que se mantenha o preço de R$ 590 à R$ 600 a saca, mas para o consumidor isso pode ser um diferencial. A alta produtividade pode estabilizar o mercado. Mas pode não apresentar mudanças significativas para o consumidor final, uma vez que existem outros custos do café industrializado que não sofrem a afetação. Então, não significa que a alta percentual no café cru afete na mesma proporção o café industrializado em gôndolas de supermercados”, finalizou Lima.
As informações são do G1 Triângulo e Alto Paranaíba (Por Paulo Barbosa, MG1).