Por Gabriela Kaneto
Nesta quinta-feira (22/04), data em que é celebrado o Dia da Terra, aconteceu a “Coalização do Café Slow Food: Juntos para um café bom, limpo e justo para todos”, iniciativa virtual criada pelo Slow Food e o Grupo Lavazza.
Com o objetivo de debater sobre a cadeia produtiva do café, abordando temas como biodiversidade, segurança alimentar, direitos sociais, inclusão, transparência, rastreabilidade e conservação da natureza, o encontro foi conduzido por Massimo Giannini, diretor da La Stampa, e contou com a participação de Carlo Petrini, presidente do Slow Food, e Giuseppe Lavazza, vice-presidente do Grupo Lavazza.
Segundo Petrini, por muito tempo houve uma separação entre a produção e a distribuição do grão, o que fez com que muitos consumidores desconhecessem a cultura cafeeira. Para ele, é necessário acabar com essa lacuna: “Gostaria que toda a questão da produção agrícola e alimentar fosse um patrimônio comum a todas as cadeias de abastecimento. É hora de juntar as duas coisas porque o conhecimento dos produtos alimentícios é a primeira coisa a desempenhar um papel de liderança nas compras e nas escolhas ambientais”.
O presidente do Slow Food também destacou que não se pode imaginar a cultura alimentar separada da cultura ambiental e dos direitos dos trabalhadores. “Ainda há uma lacuna entre os agricultores e outros beneficiários da cadeia de abastecimento. Precisamos passar de uma sociedade baseada na competitividade para uma baseada na cooperação”, disse.
Sobre o assunto, Giuseppe Lavazza explica que ao longo dos anos a empresa tem trabalhado para solucionar grandes questões como as mudanças climáticas, desigualdades, problemas de gênero e fluxos migratórios, e que agora também precisa lidar com outro inimigo perigoso que desacelerou tudo que vinha sendo colocado em prática: a pandemia.
“Agora há a necessidade de cooperar. Hoje, essa necessidade é ainda mais forte, mais pronunciada. É absolutamente indispensável criar um espaço em que todos os operadores da cadeia de abastecimento possam dar a sua contribuição para a melhoria geral do sistema e atingir os famosos objetivos de um produto bom, limpo e justo, mas também para criar, neste caso, prosperidade ao longo da cadeia de abastecimento”, explicou o vice-presidente da Lavazza.
O evento on-line também contou com vídeos de cafeicultores da Guatemala e do México, entre eles Osvaldo Zucchino, de Chiquimula, na Guatemala, que cultiva o grão junto de sua família a uma altitude de aproximadamente 1.700 metros. “Ao longo do tempo tivemos que enfrentar uma série de desafios, como crises de preços, infestações de pragas, doenças, o impacto das mudanças climáticas, e sempre conseguimos nos adaptar a esses desafios, embora tenhamos consciência de que para superá-los precisamos reforçar a rede de distribuição de café, com parceiros estratégicos que nos permitam neutralizar os impactos das mudanças climáticas, proteger a biodiversidade que define nossos ecossistemas e conscientizar o consumidor final de como é necessário trabalhar para produzir uma único xícara de café”, explicou.
“Na situação em que nos encontramos hoje, se não trabalharmos na formação de alianças, na partilha, na concepção de todos os componentes, não iremos nos recuperar”, alertou o presidente do Slow Food. “Essa é a competitividade que muda de rumo e se transforma em cooperação. Como disse Petrini, a Terra é de todos”, finalizou o Massimo Giannini.
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